domingo, 7 de outubro de 2012

PALAVRA DE VIDA

 Comete adultério... (Mc 10,2-16)

            O paganismo recupera o antigo vigor. Dia a dia, passamos a ser uma sociedade neopagã, adorando os mesmos ídolos do antigo Panteão: o poder de Júpiter, o dinheiro de Mammon, o erotismo de Vênus, o ciúme de Juno, a violência de Marte. Um dos sinais desse regresso às cavernas manifesta-se no desprezo pela união estável entre homem e mulher.
            Na visão bíblica – confirmada por Jesus Cristo -, o matrimônio é muito mais que um acordo ou pacto entre duas pessoas que pretendem coabitar enquanto for útil ou prazeroso. Quando os noivos celebram o sacramento de seu matrimônio, tornam-se “uma só carne”.
            Não admira que um pagão não consiga compreender esse mistério. Mas o cristão o compreende: ele sabe que é – desde o Batismo – membro do Corpo de Cristo, enxertado que foi nesse corpo, como ramos no tronco da Videira verdadeira (cf. Jo 15). Por isso mesmo, quem abandona o cônjuge e se une a outra pessoa está “adulterando”, isto é, corrompendo a natureza de seu casamento.
            Parece que estamos perdemos o sentido do verbo “adulterar”. O fazendeiro que acrescenta água ao leite “adultera” o leite. Parece... mas não é! Assim também, o matrimônio cristão tem uma “natureza” própria: nós nos casamos livremente, em definitivo e acima de tudo para gerar filhos. Sem estes três traços – que são a razão das três perguntas que a Igreja faz aos noivos, no ato da celebração -, já não é matrimônio cristão. Parece... mas não é!
            Claro, o pagão tem liberdade para fazer o que bem (ou mal) entender de sua vida e de suas relações. Já há registro de pseudocasamentos entre homem e homem, entre mulher e mulher. Talvez cheguem notícias de “casamentos” entre humanos e animais. Mas não chamem a estes desvios de “matrimônio”, nem se queixem quando o instituto da família for abalado até a ruína da sociedade.
            Neste estado de coisas, a Igreja tem o dever de proclamar a santidade do matrimônio e a dignidade dos cônjuges. No passado, em pleno Séc. XVI, a Igreja Católica preferiu perder a Inglaterra, a Escócia, Gales e a Irlanda, antes que aprovar o divórcio do Rei Henrique VIII. A Igreja sabia muito bem o que estava em jogo.

            E, claro, não podia rejeitar o ensinamento de Jesus: “O que Deus uniu, o homem não separe”! (Cf. Mc 10,9.)

Orai sem cessar: “O amor é mais forte do que a morte!” (Ct 8,6)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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