sexta-feira, 23 de novembro de 2012

PALAVRA DE VIDA

Casa de oração... (Lc 19,45-48)

     O Evangelho de hoje manifesta o zelo de Jesus pela Casa do Pai. É evidente a sua percepção do caráter “sagrado” do ambiente do Templo. Sua acusação contra os profanadores é acentuada pelo áspero contraste entre duas definições: casa de oração X antro de salteadores! 
     Boa ocasião para refletir sobre nossas atitudes no interior do templo. Ainda mais nas igrejas católicas, onde a presença eucarística – Jesus Cristo vivo nas espécies consagradas! – torna-se muito mais exigente em termos de respeito, veneração, adoração. Muito além da “função” do edifício consagrado a Deus, a “presença real” do Senhor questiona nossas atitudes na igreja, o modo de vestir, até mesmo o repertório musical e o modo de executar os instrumentos. 
     Nem tudo vai bem. Roupas pouco decentes, chicletes colados aos bancos, clima de bate-papo, canções profanas no culto divino, o “Tema de Lara” (tema da concubina no filme “O Doutor Jivago”) em pleno matrimônio cristão, bateria espalhafatosa, que impede a interiorização e a intimidade com Deus, e os “bailes cristãos” bailados no mesmo espaço da celebração eucarística... 
     A “Congregação para o Culto Divino” (novembro/1987), recordava a finalidade do espaço sagrado: “Desde a antiguidade, se chamou igreja o edifício em que a comunidade cristã se reúne para escutar a palavra de Deus, para orar unida, para receber os sacramentos e para celebrar a Eucaristia, e para a adorar nele como sacramento permanente. As igrejas não podem ser consideradas como simples lugares públicos, disponíveis para qualquer tipo de reuniões. São lugares sagrados, isto é, “separados”, destinados de modo permanente ao culto de Deus, desde o momento de sua dedicação ou da bênção.” 
     O mesmo Documento fala de nossos templos como “sinais da Igreja peregrina aqui na terra, imagens que anunciam a Jerusalém celestial, lugares em que se atualiza o mistério da comunhão de Deus com os homens, sinal da permanência de Deus entre nós”. 
     Daí, a advertência: “Quando as igrejas são utilizadas para outras finalidades diversas da própria, põe-se em perigo a sua característica de sinal do mistério cristão, com consequências negativas, mais ou menos graves, para a pedagogia da fé e a sensibilidade do povo de Deus, tal como recorda a palavra do Senhor: ‘A minha casa será casa de oração’ (Lc 19,46)”. 
     Quem nos vê na igreja sabe que Deus está presente? 
     Orai sem cessar: “Louvai a Deus no seu santuário!” (Sl 150,1) 
     Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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