Eu vim como
luz... (Jo 12,44-50)
O grande drama da humanidade transparece no Prólogo do
Evangelho de S. João: “O Verbo era a luz verdadeira... Veio para o que era
Seu, e os Seus não o acolheram”. É a história de uma terrível recusa, de
uma fatal opção pelas trevas e pela morte definitiva.
E
seria muito cômodo para nós aplicar esta recusa apenas ao povo que viveu no
tempo de Jesus, como se nós não estivéssemos sujeitos ao mesmo risco. Pelo
contrário, depois de vinte séculos de cristianismo, nós conhecemos melhor do
que eles o Caminho a ser trilhado. Por isso mesmo, nossa eventual rejeição da
luz que o Pai nos oferece em Jesus seria muito mais grave. Nossa
responsabilidade, muito mais séria.
Um
pregador famoso lembrava que as casas noturnas usam “luz negra” em seus
ambientes exatamente para que o mal ali praticado e o clima de licenciosidade
não venham à luz. Nota-se a opção pelas trevas. Pelo mesmo motivo, os
malfeitores quebram as lâmpadas das ruas: querem liberdade para praticar o mal
sem serem identificados e penalizados.
Mas
há formas ainda mais “refinadas” de optar pelas trevas. Contestar o ensino do
Magistério eclesial e deliciar-se com a leitura de livros que caluniam a Igreja
de Jesus, aí está a recusa da luz. Assistir a programas de TV que zombam dos
bons costumes e fazem propaganda da libertinagem, dando audiência à catequese
dos pagãos, eis a opção pelas trevas. Explorar a mão-de-obra dos empregados,
desviar as verbas do Governo, corromper seus funcionários - aí está o dedo do
príncipe das trevas.
O
cristão opta pela luz. E não se limita a estacionar em uma linha limítrofe,
próxima ao país das sombras. Antes, se esforça por mergulhar na luz, mais e
mais, identificando-se pouco a pouco com o modelo luminoso de seu Mestre, que
veio “como luz ao mundo”.
Estar
na luz é amar. S. João alerta: “Aquele que diz estar na luz, e odeia a seu
irmão, jaz ainda nas trevas”. (1Jo 2,9.)
Que
passos eu devo dar, em meu dia-a-dia, para me afastar em definitivo de um mundo
de trevas?
Orai sem cessar: “O Senhor é minha luz e minha
salvação.” (Sl 27,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova
Aliança

Nenhum comentário:
Postar um comentário