Guardará minha palavra... (Jo 14,21-26)
Deus se comunica com seu povo através de sua Palavra. Afinal,
Jesus Cristo – a revelação plena de Deus ao mundo – e exatamente o VERBO, isto
e, a Palavra do Pai. Sua Palavra dirigida ao mundo e um dom divino, um presente
imerecido, pura graça, que Deus nos faz. Desprezar um presente é desprezar (de-preciar)
o Autor do dom.
Mesmo em nossas famílias, quando os pais falam aos filhos,
estes devem prestar atenção, ouvir e obedecer. Do contrario, não seriam filhos.
E não cumpririam
o
mandamento que diz: “Honra teu pai e tua mãe, a fim de que teus dias se
prolonguem sobre a terra que o Senhor, teu Deus, te dá.” (Ex 20,12).
Em suma, a prova de que o filho ama o pai está em acolher e
praticar as suas ordens.
E
isto que a Bíblia chama de “guardar” a Palavra. Não apenas arquiva-la, fixá-la
na memória, mas tornar-se um “portador da Palavra” por meio do comportamento,
gestos e escolhas e cada dia.
Temos, pois, um critério para avaliar nossa filiação divina:
se oriento minha vida pela Palavra de Deus, pelos ensinamentos de Jesus Cristo
– e o faço de modo amoroso e incondicional –, então sou filho.
Deste modo, livramo-nos de uma noção romântica a respeito do
amor, tecida de emoções, sentimentos e impressões. Em seu lugar, adotamos uma
compreensão cristã do amor, quando o amor se manifesta como ato da vontade
iluminada pela inteligência dos desígnios de Deus.
Isto pode ser avaliado nos fatos cotidianos. Por que dedico meu
tempo a esta atividade, e não a outra? Por que gasto meu dinheiro desta
maneira, e não de outra? Por que escolhi esta profissão, e não outra? A Palavra
de Deus esta na raiz destas opções? Ou estou agindo como qualquer pagão, movido
apenas por necessidades e pela propaganda, pela moda e pelas conveniências?
E ainda: que recusas e renúncias tenho feito “por causa da
Palavra de Deus?” Que prejuízos e sacrifícios eu tenho aceitado “por causa da
Palavra de Deus?”
A jovem que abre mão de ter uma família para servir a Deus
na vida consagrada dá provas de amar a Deus. O advogado que não aceita causas
de divórcio, mesmo perdendo um rico filão de ganhos e lucros, também demonstra
que ama, acima do dinheiro, ao Senhor e sua Palavra.
E nós? Amamos a Jesus, de modo a
receber também o amor do Pai?
Orai sem cessar:
“No fundo do meu coração, guardo a vossa
Palavra!” (Sl 119,11)

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