Quem
quiser ser o primeiro... (Mc 10,32-45)
Às
vezes, envelhecemos e permanecemos infantis. É natural que as crianças contem
vantagens e pretendam impor-se aos companheiros nos jogos e competições. Mas os
adultos?!
Pois
lá estão os discípulos de Jesus com as mesmas criancices! Tiago e João vão até
Jesus para solicitar um “tratamento especial”: quando o Mestre estivesse
estabelecido em seu Reino glorioso (saberiam eles, de fato, o que estavam
pedindo?), fosse dado aos dois ocupar os lugares mais próximos (e mais
honrosos!) do Rei, “um à direita e outro à esquerda”.
Nos
banquetes daquele tempo, com as mesas do convívio em formato de “U”, o
anfitrião sentava-se à cabeceira, na curva do “U”, e os convidados de
honra ficavam ao seu lado. Por ali (entrando pelo espaço interior dos divãs que
serviam de mesa) os garçons começavam a servir. Nas extremidades, ficavam os
convidados menos importantes, que seriam os últimos a serem servidos.
Glórias
deste mundo! Honrarias que passam com o tempo e com as reviravoltas da sorte! E
Jesus cuida de corrigi-los: desvia sua atenção do trono para o cálice...
A glória, que eles vislumbram antecipadamente para o Senhor, não virá antes do
sofrimento, da cruz, isto é, do “cálice”.
Boa
ocasião para um exame de consciência. Que estamos esperando de Jesus Cristo?
Com que intenção nós nos aproximamos dele? Para pegar uns respingos de sua
glória? Para ter paz interior? Para resolver nossos problemas existenciais? Ou
para ser um Cireneu e, nestes nossos tempos difíceis, ajudá-lo a carregar essa
cruz que atravessa os séculos?
Notaram
a reação dos outros Dez apóstolos? Ficaram indignados com o pedido dos Dois! O
ciúme tomou conta deles... E foi preciso que o Senhor reunisse todos eles para
dar a lição definitiva: “Não seja assim entre vós! Não façam como os grandes
deste mundo! Quem quiser ser grande, faça o papel de servidor!”
E
nós, que pensávamos crescer espiritualmente! Queríamos aprofundar-nos
nos mistérios de Deus! Galgar as alturas da santidade! Aí, vem Jesus e
diz como a Zaqueu: “Desce depressa!” Deus está lá embaixo. Desceu. Fez-se
pequeno. Homem. Servo. Escravo. Crucificado...
Estou
disposto a descer para me encontrar com o Cristo que desceu?
Orai sem cessar: “Meu Deus, quero fazer o que te
agrada!” (Sl 40, 9)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
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