Quem virá a ser este
menino? (Lc 1,57-66.80)

Ora,
a mesma expectativa, envolvida em respeitosa veneração, deveríamos nós
alimentar em relação a cada filho que Deus nos entrega. Cada vida nova
corresponde a uma vocação única, pessoal, intransferível. Cada criança abortada
deixa no seio da humanidade uma lacuna que nada e ninguém pode preencher.
Imaginem se a pessoa a quem Deus encarregaria da cura do câncer acabou
abortada, impedida de nascer...
Quando
os pais se debruçam sobre o pequeno berço, onde ressona o bebê recém-nascido,
estão diante de um grande mistério que ultrapassa nossa capacidade de
compreensão: o grande milagre repetiu-se mais uma vez. Deus chamou mais um ser
humano à existência. Deveriam, pois, interrogar-se: Qual será a sua missão?
A
compreensão – ainda que parcial – deste sublime mistério muda completamente
nossa atitude diante da vida humana. Jamais chegaremos a usar embriões como
matéria-prima de pesquisa depois de compreender que aquele ser-em-processo é
portador de tarefas intransferíveis, essenciais para o futuro do gênero humano.
Jamais aprovaremos o aborto como um “direito” da mulher grávida. Amada,
querida, sonhada por Deus, a nova pessoa traz em si algo de sagrado, que a
torna intocável em seus direitos e nos impede de usá-la, comprá-la,
escravizá-la.
A
alternativa é a “síndrome de Herodes” – aquele louco que pretendia matar o
Menino Jesus e, para tal fim, não hesitou em assassinar centenas de
recém-nascidos. Esta doença ainda se espalha em nossa sociedade, chegando até a
ser adotada por governantes como tática de controle demográfico. O cristão que
não luta pela vida dá seu aval ao ódio do Rei Herodes. Torna-se cúmplice dos
inimigos de Deus. Contribui para que a humanidade fique mais pobre e
desamparada.
Ao
contrário, são colaboradores de Deus aqueles que cuidam da infância desvalida,
os que se dedicam à educação da juventude, os que pesquisam para curar as
doenças e produzir mais alimentos. Todo o trabalho humano, lembrava o Papa João
Paulo II. É uma participação na obra da Criação.
Nosso
Deus é um Deus da vida. Assim, jamais ficará neutro diante dos servidores da
morte.
Orai sem cessar: “O
Senhor decidiu abençoar: é a vida para sempre!” (Sl
133, 3)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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