segunda-feira, 24 de junho de 2013

PALAVRA DE VIDA

 Quem virá a ser este menino? (Lc 1,57-66.80)
    As circunstâncias do nascimento de João Batista, anotadas no Evangelho, foram cercadas de prodígios. Pais idosos, mãe estéril. O acontecimento fugia às possibilidades humanas. Natural que todos ficassem intrigados a respeito de seu futuro, de sua missão neste mundo.
  Ora, a mesma expectativa, envolvida em respeitosa veneração, deveríamos nós alimentar em relação a cada filho que Deus nos entrega. Cada vida nova corresponde a uma vocação única, pessoal, intransferível. Cada criança abortada deixa no seio da humanidade uma lacuna que nada e ninguém pode preencher. Imaginem se a pessoa a quem Deus encarregaria da cura do câncer acabou abortada, impedida de nascer...
            Quando os pais se debruçam sobre o pequeno berço, onde ressona o bebê recém-nascido, estão diante de um grande mistério que ultrapassa nossa capacidade de compreensão: o grande milagre repetiu-se mais uma vez. Deus chamou mais um ser humano à existência. Deveriam, pois, interrogar-se: Qual será a sua missão?
            A compreensão – ainda que parcial – deste sublime mistério muda completamente nossa atitude diante da vida humana. Jamais chegaremos a usar embriões como matéria-prima de pesquisa depois de compreender que aquele ser-em-processo é portador de tarefas intransferíveis, essenciais para o futuro do gênero humano. Jamais aprovaremos o aborto como um “direito” da mulher grávida. Amada, querida, sonhada por Deus, a nova pessoa traz em si algo de sagrado, que a torna intocável em seus direitos e nos impede de usá-la, comprá-la, escravizá-la.
            A alternativa é a “síndrome de Herodes” – aquele louco que pretendia matar o Menino Jesus e, para tal fim, não hesitou em assassinar centenas de recém-nascidos. Esta doença ainda se espalha em nossa sociedade, chegando até a ser adotada por governantes como tática de controle demográfico. O cristão que não luta pela vida dá seu aval ao ódio do Rei Herodes. Torna-se cúmplice dos inimigos de Deus. Contribui para que a humanidade fique mais pobre e desamparada.
            Ao contrário, são colaboradores de Deus aqueles que cuidam da infância desvalida, os que se dedicam à educação da juventude, os que pesquisam para curar as doenças e produzir mais alimentos. Todo o trabalho humano, lembrava o Papa João Paulo II. É uma participação na obra da Criação.
            Nosso Deus é um Deus da vida. Assim, jamais ficará neutro diante dos servidores da morte.

Orai sem cessar: “O Senhor decidiu abençoar: é a vida para sempre!” (Sl 133, 3)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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