O
grão que cai na terra... (Jo 12,24-26)

Exemplo?
Acreditamos que viver e morrer sejam antípodas, polos de uma antítese. E não é
assim. Viver e morrer são etapas de um ciclo vital, quando um depende
inteiramente do outro. Se eu fosse um agricultor, teria compreendido mais
cedo...
Nesta
passagem que a Liturgia escolheu para a memória de São Lourenço, o diácono
romano queimado vivo em uma grelha, Jesus ensina que a vida se perpetua quando
oferecida em sacrifício. A imagem que ele nos apresenta é o humilde grão de
trigo que, lançado à terra, deve morrer para germinar. Tão óbvio, tão i-lógico
para os conceitos do mundo prático!
O
mundo tem sede de vida, teme a morte, assusta-se com a possível implosão do
planeta em consequência de um desastre ambiental. E a saída nos é oferecida no
gesto de dar a vida para que o mundo viva. Aliás, Jesus Cristo no-lo explicou
e... praticou.
Um
de meus sonetos – AGRICULTURA – de junho de 2006, acolhe esta lição:
Quando o mundo tem fome e o medo
aterra
Os corações e paralisa a mente,
Devo insistir e prosseguir em
frente
A trabalhar e semear a terra...
Um mistério escondido ali se
encerra
Quando no solo morre uma semente:
A Esperança é uma vítima inocente
Que a mão do homem sacrifica e
enterra.
Bendito grão que a terra-mãe
abriga!
Renascerá para tornar-se espiga
Enquanto o homem dorme e a Vida
cresce...
E quando vem o Sol e a noite passa,
Nosso trigo se faz farinha e massa
Para que Deus se encarne em nossa
messe...
Orai sem cessar: “Eles farão reviver o trigo...” (Os 14,8)
Texto e poema de Antônio Carlos
Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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