Pela
porta estreita... (Lc 13,22-30)
No
entanto, está bem claro que nós também precisamos cooperar com a misericórdia,
fazendo uma “forcinha”, pois a tal porta é bem estreita, adverte Jesus. Em
outra parábola, contada para servir de alerta aos ricos, Jesus disse que tal
entrada podia ser comparada à proeza de um camelo que passasse pelo buraco de
uma agulha. Notável esforço para um bicho tão pesado, corcovado, desajeitado!
Quando
perguntam ao Mestre se ‘são poucos os que entram’, ele parece se esquivar da questão.
Não obstante, em várias passagens do Evangelho, está muito claro que Deus quer
a salvação de todos. “Quando eu for erguido, atrairei todos a
mim.” (Jo 12,32) Entretanto, Jesus não ilude a ninguém a respeito do caminho
estreito...
Bem
podemos nos iludir se escolhemos as estradas largas deste mundo, feitas de
comodismos e preferências, prazeres e lazeres, acumulações e poderes – tudo no
plural! Ao contrário, nossos amigos, os santos, já nos apontaram a trilha na
direção oposta: trabalho e disciplina, serviço aos pequeninos, amor ao próximo,
obediência a Deus. E ninguém faz este caminho sem rude combate contra o cerco
do mundo, as tendências da carne e as propostas do maligno.
Mas,
acima de tudo, que brote de nossos coração um brado continuado: “Abre-nos,
Senhor!” Afinal, o desejo do céu já é um começo do céu... E o próprio Senhor
nos mandou pedir, pois é a um Pai que nos dirigimos na oração: “Pedi e
recebereis; buscai e achareis; batei e a porta vos será aberta. Pois todo
aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á.” (Mt 7,7-8)
O
céu deve ser desejado, como a alma apaixonada de S. João da Cruz:
“Mostra
tua presença!
Mate-me
a tua vista e formosura;
Olha
que esta doença
De
amor jamais se cura,
A
não ser com a presença e com a figura.” (Canção XI)
Orai sem cessar: “Quando irei contemplar a Face de Deus?” (Sl 42,3)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
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