Como uma oliveira verdejante... (Sl 51 [52])
Que
belo símbolo é a oliveira, sinalizando a ventura daqueles que acolhem a vida de
Deus! Árvore generosa, atravessa os séculos e as tempestades sem deixar de
entregar seus frutos à moenda de azeite. Sua sombra acolhe os peregrinos. Foi
no Horto das Oliveiras que Jesus se refugiou em sua agonia...
Foi
também a oliveira a primeira árvore que sobreviveu ao Dilúvio: um de seus ramos
verdes de esperança estava no bico da pomba que anunciava a vida nova (cf. Gn
8,11). Quando o Senhor Deus descreve a Terra Prometida (cf. Dt 8,8-9), ali
aparece a oliveira, ao lado da vinha e da figueira. Sua madeira bendita foi
utilizada na porta mais santa do Templo de Salomão (1Rs 6,31-32) e seu óleo
alimentava o candelabro que devia arder perenemente na Tenda do Encontro (Lv
24,2-3).
Juntamente
com a vinha – um ícone de Israel -, a oliveira traduz a fecundidade e a ventura
da família do homem justo. Quando o Senhor quer elogiar Israel como a esposa da
Aliança, falando através do profeta, chama seu
povo de “oliveira verdejante carregada de soberbos frutos” (Jr 11,16).
Anunciando
a regeneração de Israel com a vinda do Messias, Deus fala por Oseias: “Eu serei
para Israel como o orvalho, ele vai florir como o lírio, afundará suas raízes
como o carvalho do Líbano; seus brotos se estenderão e ele terá o esplendor da
oliveira”. (Os 14,6-7)
O
azeite que ela nos fornece é um dos símbolos do Espírito Santo, ao lado do fogo
e da água, da pomba e do vento. Esse azeite pronto a arder nas trevas da noite separou
as virgens sábias das virgens loucas, excluídas do banquete nupcial (Mt 25).
Na
Carta aos Romanos, o apóstolo Paulo também recorre à imagem da oliveira, tronco
no qual nós, cristãos, fomos enxertados. Nós, comunidade cristã, ramos da
oliveira selvagem (os que não eram povo de Deus), somos um enxerto que
Deus-Agricultor realizou no tronco do Primeiro Israel para que tivéssemos
acesso à seiva da vida.
Nosso
Deus é um Agricultor que trabalha a terra de nosso coração. Lança incansavelmente
suas sementes (Mt 13), à espera de frutos. Ele sabe que certas árvores – como a
oliveira – levam muito tempo até a colheita. Mas sabe também que “mesmo na
velhice darão frutos” (Sl 92,15) e muitos desfrutarão de sua colheita.
Os
reis serão ungidos com seu azeite; os atletas, massageados; as feridas,
suavizadas; a noite do lar, iluminada. Deus espera por nossos frutos, para que
a humanidade tenha saúde e salvação...
Orai sem cessar: “Com óleo puríssimo me ungistes...” (Sl 92,11)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
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