Dois
ou três em meu nome... (Mt
18,15-20)
Esta
é uma frase de Jesus que não se leva muito a sério: a oração em comum, erguendo
a Deus um pedido que brota de corações unidos, será atendida sem condições. E a
razão dessa certeza, diz Jesus, é que “onde dois ou três estiverem reunidos em
meu nome, eu estou ali, no meio deles”. (Mt 18,20)
Terá
sido a oração comum que sustentou a Polônia sob duas invasões da barbárie
nazista e comunista? Seria a oração das famílias reunidas que deu forças a
centenas de sacerdotes martirizados pelo regime maçônico do México, nos anos
30? Será a oração das comunidades que gera uma nova floração de vocações
consagradas nas Filipinas do Séc. XXI?
Parece
que a oração caiu em descrédito. E não me refiro à queixazinha da mãe que
reclama: “Há dois anos que rezo para meu filho passar no vestibular, e não
recebo a graça. Parei de rezar...”
Penso
em algo bem maior. Contemplo o cenário nacional – com sua múltipla crise que
estende tentáculos a todos os quadrantes: crise social, crise econômica, crise
moral. E vejo que nossa reação tem-se limitado a queixas e acusações, marchas e
passeatas, greves e depredações, piadinhas nas redes sociais...
Mas
não percebo uma “reação” com base na fé, que apele ao poder divino para a
transformação e regeneração de seu povo. Na prática, já eliminamos a hipótese
de uma intervenção de Deus em nossa História. Aposentamos Deus, considerado
inútil e impassível diante de nosso drama existencial.
Exagero?
Creio que não. São bem poucas as famílias que ainda rezam e atraem com fervor o
olhar de Deus sobre nossa realidade. Pior: gente da própria Igreja prefere
rotular nossas preces como “alienação”, como se rezar fosse uma fuga do real, e
não uma potencialização de nossas ações humanas!
Se
acolhêssemos esta Boa Notícia: “estou no meio de vocês quando rezam unidos”, há
muito teríamos inaugurado um novo tempo da humanidade. Deixando Deus de lado,
preferimos erguer bandeiras, maldizer o sistema e arremessar coquetéis Molotov.
Incapazes de aceitar a Paz como um dom, fabricamos a guerra...
Algo
me diz que há muito tempo deixamos de crer em Deus. Se ainda crêssemos,
estaríamos de joelhos...
Orai sem cessar: “O Senhor abençoará seu povo com a
Paz!” (Sl 29,11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
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