Todo
dia, ao rezar o Pai-Nosso, nós repetimos com Jesus: “Seja feita a vossa vontade
/ assim na terra como nos céus”. E qual seria, na prática, essa “vontade” de
Deus? Qual o anseio profundo de seu coração paterno?
Este
Evangelho nos traz a resposta: “...que não se perca nenhum destes pequeninos”
(Mt 18,14). Fomos criados para a vida eterna. Para evitar nossa perdição, o
Filho se fez carne, padeceu e morreu por nós. Se, depois de tanto sacrifício,
ainda viéssemos a nos perder, todo esse amor seria desperdiçado!
São
João também ensina: “A tal ponto Deus amou o mundo, que lhe entregou o seu
Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida
eterna.” (Jo 3,16.) E Jesus sempre alimentou a mesma esperança: “Quando eu for
erguido, atrairei todos a mim”. (Jo 12,32.)
Os
santos foram sensíveis a essa “vontade” de Deus. Vontade de salvar, de não
deixar perder os filhos. Por isso é que S. Luís Maria G. de Montfort
peregrinava pela França, em permanente missão, livrando os pecadores da
escravidão espiritual. Por isso S. Francisco Xavier atravessou oceanos e morreu
no Oriente, impelido pela ânsia de anunciar a Boa Nova da salvação. Por isso as
monjas contemplativas dedicam sua vida à oração, intercedendo pelos
missionários da linha de frente. Em todos, o mesmo desejo: fazer a vontade de
Deus e contribuir para a recuperação da centésima ovelha...
Isto
leva a uma reflexão pessoal: entre os objetivos de minha vida está o de salvar
almas? Colaboro com Cristo para que muitos o conheçam, venham a amá-lo e,
assim, experimentem a vida eterna? Sou um cristão missionário?
Não
preciso ir às Índias para ser missionário! O lar pode ser terra de missão.
Missionária é a mulher que convida o marido a rezar e, juntos, pedem luzes do
Espírito Santo para as decisões que ele tomará na empresa. Ou o homem que vê a
esposa triste, desanimada ou depressiva, e lê para ela um salmo de confiança em
Deus. Ou os pais que cuidam pessoalmente da catequese dos filhos, passando-lhes
o maior tesouro da família: a fé. Pena que os lares vão-se transformando em
terra de pagãos. Em lugar de preces, maldições. Em vez de sacrifícios, lazer.
Em vez do Evangelho, a TV. E os efeitos dessas opções mostram-se, depois, no
comportamento dos filhos, na infidelidade dos pais, na fragilidade dos
casamentos.
Quando
começaremos a salvar os pequeninos de Deus?
Orai sem cessar: “Com Deus realizaremos façanhas!” (Sl 108,14)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
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