quarta-feira, 13 de agosto de 2014

PALAVRA DE VIDA

 Ai de vós, guias cegos! (Mt 23,13-22)
           No tempo de Jesus, o Povo Escolhido estava sob dominação romana, cujo Império se envolvia todo o litoral do Mediterrâneo. As autoridades religiosas se acomodavam à cultura pagã, esforçando-se por não perderem seus privilégios. Do ponto de vista religioso, a massa não recebia os cuidados pastorais. Era até mesmo desprezada pelos homens do Templo, pelos escribas e fariseus (cf. Jo 7,48-49).

            Conhecendo a Lei e os profetas, as lideranças religiosas estariam aptas a reconhecer em Jesus o Messias prometido, mas resistiram a isso. Por isso mesmo, mereceram de Jesus o rótulo de “cegos e guias de cegos” (Lc 6,39). Foram até provocados pelo Mestre, que falava em parábolas exatamente para que não entendessem a mensagem: “para que, vendo, não vejam...” (Lc 8,10.)
            De certo modo, o povo diz o mesmo com o provérbio: “ninguém dá o que não tem”. E tem razão. Como os pais darão formação religiosa aos filhos se eles mesmos são ignorantes na matéria? Como os mestres universitários orientarão seus alunos, se eles mesmos são desorientados em sua vida pessoal? O ministro de Deus cumprirá sua missão se ele mesmo não tem tempo para viver na intimidade do Senhor?
            A mesma cegueira se verifica em filósofos e pensadores que são adotados como gurus da sociedade, mas foram profundamente erráticos e infelizes em sua vida pessoal? Tal como Jean Paul Sartre, um dos pais do existencialismo moderno, que morreu urrando como um animal, vomitando as próprias fezes, segundo o relato da própria mulher. Ou como Sigmund Freud, que ainda possui um exército de adoradores, mas viveu cheio de fobias, dependente de drogas, afastou a maior parte de seus amigos, atacando-os com os piores qualificativos, e recebia da filha Anna cartas iniciadas pelo vocativo: “Querido demônio”.
            Seriam esses os guias para nossos filhos? Pois são modelos nas universidades, onde se faz a mais deslavada campanha para erradicar a fé de nossa juventude. Ali, os valores cristãos são combatidos, alvo de zombaria e escárnio. E os pais pagam caro para expor seus filhos a esta demolição... Eles deviam acreditar mais em si mesmos: apoiados na oração, sustentados pela Palavra de Deus e pelos sacramentos, dariam eles mesmos aos filhos a base de uma vida feliz, segundo os desígnios de Deus.
            Estariam eles dispostos a ser os olhos para seus filhos?
Orai sem cessar: “Tenho os olhos sempre no Senhor!” (Sl 25,15)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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