Não há nada
oculto que não venha à luz... (Lc 8,16-18)
Mas
esta passagem é inseparável da imagem daquela lâmpada de azeite, que a dona da
casa acende, ao entardecer, e deposita sobre o candelabro, bem no alto, para
que toda a casa fique iluminada. Em Nazaré da Galileia, durante 30 anos, esta
cena se repetia todas as noites. E Jesus, desde menino, devia contemplar o
rosto de sua Mãe e pensar no significado de seu gesto: “É ela quem ilumina a
escuridão da nossa noite. Quando eu crescer, também quero iluminar o mundo
inteiro. Quero ser a luz do mundo!”
Também
José era contemplado por Jesus. Esse homem justo (cf. Mt 1,19) também iluminava
o Menino com seus exemplos. A presença paterna, sua dedicação ao trabalho, sua
ternura com Maria, sua retidão nos negócios – tudo era uma lâmpada acesa diante
de Jesus. Além de aprender a profissão de seu pai nutrício, Jesus aprenderia
seu jeito de andar, a música de sua voz, sua vida de oração.
Quando,
mais tarde, o Mestre da Galileia ordenar que nossa luz brilhe diante dos
homens, é claro que não nos impele a “fazer farol”, a assumir uma atitude
exibicionista. No fundo, ele nos alerta para a importância fundamental dos bons
exemplos, para seu poder de contágio e de irradiação. Mais que as palavras
etéreas, os gestos concretos arrastam o mundo. Menos discursos, mais
atitudes...
Em
várias ocasiões, o inesquecível Papa João Paulo II nos lembrava que “o homem
contemporâneo acredita mais nas testemunhas do que nos mestres, mais na
experiência do que na doutrina, mais na vida e nos fatos do que nas teorias”, e
que “o testemunho da vida cristã é a primeira e insubstituível forma de
missão”. (Cf. Redemptoris Missio, 42.)
Muita
gente reclama da escuridão. Poucos acendem uma vela...
Como
anda a nossa lâmpada? A luz do Espírito Santo arde em nós? Estamos ajudando a
iluminar as trevas de nosso século?
Orai sem cessar: “Senhor, sabeis tudo de mim!” (Sl 139,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
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