quinta-feira, 2 de outubro de 2014

PALAVRA DE VIDA

Como crianças... (Mt 18,1-5.10)
           Quando a liturgia católica celebra a memória dos santos Anjos da Guarda, pode parecer aos adultos sérios e sabidos que se trata de uma infantilidade. E é mesmo...

            Naturalmente, os críticos estão pensando naquelas estampas de nossa infância, com o menino e a menina atravessando a ponte em ruínas, sobre águas turbulentas, enquanto o atento anjo abre suas amplas asas a proteger o desavisado casalzinho.
            Era esse pequeno quadro, na cabeceira da cama, que garantia às crianças uma noite serena, a salvo dos terrores noturnos que tantas vezes assaltam os pequeninos. Desde pequenos, já tinham aprendido que Deus vela por nossas noites e nossas angústias.
            Sim, são os pequeninos: deles é o Reino dos céus, garante Jesus no Evangelho. E “pequenino” é aquele que olha para Deus como um Pai, e ao Pai se dirige com plena confiança. Pequeninos ainda acreditam que Deus nos protege e envia seus anjos para nos guiar e guardar. Pequeninos recusam aquele complexo de orfandade que anuncia orgulhosamente que estamos sozinhos e abandonados neste planeta sombrio.
            Ao contrário, pulsa nos adultos crescidos uma espécie de falsa nobreza em se sentirem sozinhos, entregues a si mesmos, trágicos heróis perante um destino cruel. Se Deus existe – pensam esses amargos senhores -, ele fica indiferente ao itinerário da humanidade cercada de guerras e revoluções, desastres e cataclismos. Para serem plenamente homens, precisam excluir o seu Criador.
            Ora, um saboroso sinal da proteção divina é exatamente o “anjo custódio” [do latim “custodire” = guardar]. Sobre ele, o “Catecismo” nos ensina: “Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão. Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida. Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus”. (C.I.C., 336)
            Ah! Se esses adultos lessem os manuscritos da pequena Teresa de Lisieux, logo aprenderiam como é gostoso viver como filho, no colo do pai, abandonado e seguro! E como não precisariam mais suar escada acima, pois os braços do pai nos elevam sem cansaço...
Orai sem cessar: “Ele ordenará a seus anjos para te guardarem...” (Sl 91,11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário