quarta-feira, 1 de outubro de 2014

PALAVRA DE VIDA

Quem olha para trás... (Lc 9,57-62)
            Nós somos humanos. No entusiasmo do primeiro amor, assumimos o compromisso de evangelizar. Aquela pulsação emocionada que vibra em nós, queremos que também outros a experimentem em sua vida.

            Mas continuamos sempre humanos. Logo surgem as barreiras, certas dificuldades, incompreensões. Somos tentados a desanimar e abandonar tudo. A imagem empregada por Jesus define bem a situação: pôr a mão no arado e... olhar para trás...
            Quando lemos a vida dos santos, descobrimos com surpresa que todos eles passaram por essa encruzilhada. E não era para menos. Santa Teresinha de Lisieux reconhece sua fraqueza, mas se apoia em Jesus: “Sou apenas uma criança, impotente e fraca, mas é minha própria fraqueza que me dá audácia para me oferecer como Vítima ao teu Amor, ó Jesus!” (Man. B, 255.) São José de Calasanz é caluniado gravemente por dois de seus sacerdotes. Roma manda fechar a sua Obra. O Santo obedece e morre. Só após sua morte as Escolas Pias seriam reabertas e se espalhariam pelo mundo.
Certamente, todos eles foram perseverantes e não abandonaram o seu arado. Mas sabemos quantos sofrimentos íntimos precisaram enfrentar! É assim que acontece, por exemplo, quando os casais enfrentam as dificuldades do casamento e são tentados a romper seu juramento. Acontece, ainda, com os estudantes que se sentem incapazes de atender às exigências dos professores. Ocorre igualmente com os educadores e os profissionais da saúde que trabalham sem as mínimas condições materiais. Ocorre, enfim, com os doentes crônicos ou já em fase terminal, normalmente rondados pelos assustadores fantasmas do desespero.
            A todos eles, Jesus está dizendo: “Não olhe para trás! Você não está sozinho! Abrace firme a sua cruz e sinta a minha presença do seu lado... Estaremos juntos até o fim...”
            O Papa João Paulo II foi até o fim. Quando sugeriram que deixasse a Cátedra de Pedro, devido aos graves problemas de saúde, ele disse: “O papa não pede demissão.” E o apóstolo Paulo escreveu: “Consciente de não ter ainda conquistado a meta, só procuro isto: prescindindo do passado e atirando-me ao que resta para a frente, persigo o alvo, rumo ao prêmio celeste, ao qual Deus nos chama, em Jesus Cristo.” (Fl 3,13-14.)
Orai sem cessar: “O Senhor não há de abandonar a sua herança.” (Sl 94,14)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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