Encontrei a minha ovelha! (Lc 15,1-10)
O pastor desta
parábola oferece-nos a imagem de nosso Deus. O Senhor é um Deus que busca pelo
homem. Desde o Genesis, ouve-se o eco da sua voz: “Adão, onde estás?” (Gn 3,9)
No outro extremo da Escritura, a voz insiste: “Eis que estou à porta e bato. Se
alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, eu entrarei e cearemos juntos, eu
com ele e ele comigo”. (Ap 3,20)
A situação dos
ateus e dos pecadores profissionais não abala em nada a decisão do Pastor:
encontrar a ovelha perdida. A porta fechada continuará recebendo as suaves
pancadas do Visitante noturno. Mesmo no frio da UTI, cérebro danificado, a alma
espiritual ainda estará em diálogo com seu Deus.
Em seu Comentário
aos salmos, Santo Ambrósio de Milão assim se dirige ao Senhor:
“Aquele que tu
procuras, tu podes encontrá-lo; aquele que encontras, digna-te de erguê-lo; e
aquele que ergues, põe-no sobre os ombros. Este fardo de teu amor nunca te pesa
em demasia, e nunca te cansas de prendê-lo nem tua justiça.
Vem, pois,
Senhor, pois se é verdade que errei, eu não esqueci tua palavra e conservo a
esperança do remédio.
Vem, Senhor, pois
tu és o único a poder chamar ainda tua ovelha perdida; e às outras que vais
deixar, não lhes causarás nenhum sofrimento: também elas se alegrarão ao verem
o regresso do pecador.
Vem! Haverá
salvação sobre a terra e haverá alegria no céu!
Não envies os
teus servidores, não envies os mercenários, vem buscar pessoalmente a tua
ovelha!”
Neste quadro
comovedor, fica bem longe aquela imagem de um Deus justiceiro, espada em punho,
sempre pronto a punir nossos erros e a castigar nossos pecados. Nós somos
amados por Deus. Ele entregou o próprio Filho para nos salvar. Esta
misericórdia sem limites não desanimará diante de nossa insistência na fuga.
Por vales e campinas, o Pastor há de buscar por nós.
Chega a ser
chocante que um cristão possa atravessar a existência sem experimentar de modo
pessoal essa “atenção” do divino Pastor. Que extremo de frieza nos levaria a
julgar que Deus fique indiferente à nossa dor? Neutro diante de nossos fracassos?
Surdo aos nossos pedidos?
Ele
morreu por nós. Se necessário, ele o faria de novo...
Orai sem cessar:
“Eu mesmo apascentarei minhas ovelhas!” (Ez 34,15)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica
Nova Aliança.
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