A visita
do Sol nascente... (Lc 1,67-79)
Um dos símbolos
litúrgicos do Cristo Ressuscitado é a imagem do Sol nascente. Dono de luz
própria, dominador do dia, fonte de vida e fecundidade, o astro-rei simboliza
ricamente alguns aspectos de Jesus, o Salvador.
Em várias passagens da
Escritura, Deus é apresentado sob a figura da “luz”. Para o povo que caminhava
no deserto, a presença de Deus se manifestava como uma nuvem luminosa (cf. Ex
14,20). Textos messiânicos (como Is 9) falam da luz que se oferece a um povo
que caminhava nas trevas. O Apóstolo João chega a definir Deus como luz: “Deus
é luz e nele não há treva alguma.” (1Jo 1,5.) O próprio Mestre assim se
apresenta: “Enquanto eu estiver no mundo, eu sou a luz do mundo.” (Jo 9,5.)
No rito dos fiéis
defuntos, a Igreja pede: “Senhor, que a Luz eterna brilhe para eles!” Na
Vigília Pascal, por certo a mais bela celebração de todo o ano litúrgico, a luz
ocupa lugar central. O Círio Pascal – imagem do Cristo que venceu as trevas da
morte – é introduzido no templo às escuras, ao som do hino do “Exultet”:
Cera virgem de abelha generosa
Ao
Cristo ressurgindo trouxe a luz;
Eis
de novo a coluna luminosa,
Que o
vosso povo para o céu conduz.
O
círio que acendeu as nossas velas,
Possa
esta noite toda fulgurar;
Misture
sua luz à das estrelas,
Cintile
quando o dia despontar.
Na véspera do Natal, a
liturgia nos apresenta o Salvador como o Sol, cuja luminosidade invade o
coração dos fiéis desde a experiência do batismo cristão. Falando sobre este
sacramento, São Justino de Roma nos diz: “Esta ablução chama-se ‘iluminação’,
porque os que recebem tal doutrina ficam com o espírito cheio de luz. E,
também, em nome de Jesus Cristo, que foi crucificado por Pôncio Pilatos, e em
nome do Espírito Santo, que predisse pelos profetas toda a história de Jesus, é
lavado aquele que é iluminado.”
Neste Natal, peçamos
ao Senhor a graça de experimentar em nosso interior uma nova luz, que nos leve
a reconhecer com mais clareza a nossa missão neste mundo.
Orai sem cessar: “Os que
olharam para o Senhor estão radiantes!” (Sl
34,6)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário