Este Evangelho contrapõe dois
personagens: João Batista e Jesus Cristo. Contrasta, igualmente, dois batismos,
dois “mergulhos”. De um lado, o batismo “de João”, nas águas puras do Jordão,
como um rito penitencial ao qual o povo se submetia enquanto sinal de contrição
e arrependimento de seus pecados, diante da iminência do Reino de Deus que se
avizinhava. De outro, o batismo “no Espírito”, que Jesus iria realizar.
As diferenças são evidentes: a água
lava por fora. O fogo cauteriza por dentro. O primeiro batismo significava a
graça, o segundo vem conferi-la. No primeiro, o pecador se reconhecia como tal;
no segundo, o pecador era santificado. O primeiro é preparação para a vida, o
segundo é plenitude de vida.
Só depois de Pentecostes os
discípulos veriam o alcance dessa promessa e o dinamismo que fora infundido em
seus corações. Hoje, mais do que nunca, a missão da Igreja e de cada fiel
depende radicalmente de um “mergulho” no Espírito de Deus. Sem ele, não temos
luz nem força para caminhar.
Hoje, convido você a se abrir à
visita do Espírito de Deus e pedir um novo Pentecostes em sua vida pessoal, rezando
com meu soneto “Invocação”:
Pomba de
fogo, desce sobre mim!
Vem
dissolver os blocos de meu gelo:
Abrasa o
coração... Vem derretê-lo
Com o
gládio abrasador de um querubim!
Quero
sentir a tua chama, assim,
Gravando
no meu íntimo o teu selo:
Inflamado
serei pelo teu zelo
E poderei
amar até o fim...
Arromba
minhas portas, Santo Vento!
Abre as
janelas do meu aposento!
Fende a
muralha, abate o meu portão!
E,
enquanto o meu castelo já se arromba,
Vejo
pousar em mim a aérea pomba,
Transfigurando
em luz meu coração...
Orai sem
cessar: “Batiza-me,
Senhor, com teu Espírito!”
Texto e
poema de Antônio Carlos Santini, da Com. Católica Nova Aliança.
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