Quem
crer será salvo! (Mc 16,15-20)
Em 11 de outubro de 2011, o Papa
Bento XVI publicava a Carta apostólica Porta
Fidei [Porta da fé], e com ela proclamou um “ano da fé”, para o período de
11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei.
Como alvo central desse Ano, o Papa
apontava para a redescoberta do caminho da fé e o encontro pessoal com Cristo.
E não escondeu um alerta geral: “Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam
maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do
que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida
diária”. (Porta Fidei, 2.)
Ora, a salvação da humanidade não
deriva de nosso compromisso social, de nossa ação cultural, de nossa atuação
política nem das catedrais que edificamos: é a fé que nos salva. A fé no
Salvador, o Cristo Senhor. Sem a fé, nenhum fruto de eternidade brotará desse
esforço e dessa transpiração.
Nas palavras de Jesus, gravadas no
Evangelho de hoje, a fé que nasce do encontro com Jesus e sua Palavra orienta o
crente para o Batismo, um mergulho na fonte da vida que jorra para a
eternidade. Bento XVI lembrava a todos nós que a Fé conduz simultaneamente à
comunhão com Deus e à entrada na Igreja, onde faremos contato com a Palavra
anunciada e com a Graça que plasma o coração do homem.
É a fé que nos leva aos primeiros
passos no caminho da conversão, “autêntica e renovada”, o Papa. Fé que
significa uma aposta total da vida em Jesus Cristo. “Só acreditando é que a fé
cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a
própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se
experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.” (PF, 7.)
Chegamos, infelizmente, a um estado
de obscuridade mental em que uma espécie de névoa envolve os conteúdos de nossa
fé, embaralhando conceitos e práticas cada vez mais nebulosos. É assim que
pessoas que se declaram cristãs fazem um mix
de ressurreição e reencarnação, transformam promessas em negociatas com Deus,
veem as esmolas como prestações do céu.
Por isso mesmo, o Papa recordava que
“o conhecimento dos conteúdos da fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir
plenamente com a inteligência e a
vontade a quanto é proposto pela Igreja”. (PF,
10.)
Na festa de São Marcos, o
evangelista que nos transmitiu o ensinamento de Pedro, o primeiro Papa, peçamos
a graça de voltar às legítimas fontes da doutrina, com realce para a Bíblia, os
Padres da Igreja e o magistério eclesial.
Orai sem cessar: “O justo viverá pela sua fé.” (Hab 2,4)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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