segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

PALAVRA DE VIDA

 Por todo o mundo! (Mc 16,15-18)
            O campo do Evangelho é a terra inteira! Ninguém está excluído do anúncio da salvação. Afinal, “Deus quer que todos os homens se salvem” (cf. 1Tm 2, 4). E o próprio Jesus garantiu: “Quando eu for erguido, atrairei todos os homens a mim!” (Jo 12, 32.) Nos últimos tempos, cresceu uma deriva teológica que nega este aspecto universal ou “católico” da missão da Igreja. Chegam a chamar de “genocídio cultural” o trabalho de evangelização realizado junto aos povos não-cristãos.

            Em sua brilhante Carta Encíclica “Redemptoris Missio” [A Missão do Redentor], o saudoso Papa João Paulo II escreveu: “As várias formas do mandato missionário contêm pontos em comum, mas também acentos próprios de cada evangelista; dois elementos, de fato, encontram-se em todas as versões. Antes de mais, a dimensão universal da tarefa conferida aos Apóstolos: ‘todas as nações’ (Mt 28,19); ‘pelo mundo inteiro, a toda criatura’ (Mc 16,15); ‘todos os povos’ (Lc 24,47); ‘até os confins do mundo’ (At 1,8). Em segundo lugar, a garantia, dada pelo Senhor, de que, nesta tarefa, não ficarão sozinhos, mas receberão a força e os meios para desenvolver a sua missão...” (RMi, 23.)
            Mais adiante, o Papa observava: “O Senhor Jesus enviou os seus Apóstolos a todas as pessoas, a todos os povos e a todos os lugares da terra. Nos Apóstolos, a Igreja recebeu uma missão universal, sem limites, referindo-se à salvação em toda a sua integridade, segundo a plenitude de vida que Cristo veio trazer (cf. Jo 10,10): ela foi ‘enviada para manifestar e comunicar a caridade de Deus e todos os homens e povos’”. (RMi,31.)
            Se o anúncio do Evangelho de Jesus incomodar a sociedade indiana, onde as castas sociais fazem os homens desiguais, ou causar problemas para o governo chinês, devido à sua política demográfica de impor aos casais um único filho, não é o Evangelho que está errado. E o apelo evangélico a reformar estruturas sociais e econômicas injustas e desumanas não merece o rótulo de genocídio cultural, mas consiste, antes, em devolver ao homem sua dignidade perdida.
            Foi este o trabalho de Paulo, apóstolo das nações. Oportunamente, ou não, levou a mensagem de Jesus Cristo a todos os quadrantes. Este é o exemplo a ser imitado. O mais é traição!

Orai sem cessar: “Anunciarei teu nome a meus irmãos!” (Hb 2,12)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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