Jesus
nos fala de um tipo de religião imposta ao povo de modo a esmagar as pessoas,
roubar-lhes a liberdade e – pior – induzi-las ao farisaísmo e à simulação de
uma santidade que não existe em nosso coração.
Por sua vez, Jesus fala
mais vezes da importância da fé que da observância da lei. É neste sentido que
devemos compreender as suas palavras, quando, encontrando-se à mesa com Mateus
e outros publicanos e pecadores, disse aos fariseus que o acusavam por isso
mesmo: “Ide aprender o que significa: ‘Prefiro a misericórdia ao sacrifício’.
Porque eu não vim chamar os justos, mas os pecadores”. (Mt 9,13).
Diante da visão duma
justiça como mera observância da lei, que julga dividindo as pessoas em justos
e pecadores, Jesus procura mostrar o grande dom da misericórdia que busca os
pecadores para lhes oferecer o perdão e a salvação. Compreende-se que Jesus,
por causa desta sua visão tão libertadora e fonte de renovação, tenha sido
rejeitado pelos fariseus e os doutores da lei. Estes, para serem fiéis à Lei,
limitavam-se a colocar pesos sobre os ombros das pessoas, anulando, porém, a
misericórdia do Pai. O apelo à observância da lei não pode obstaculizar a atenção
às necessidades que afetam a dignidade das pessoas”. (Misericordiae Vultus)
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