Serão todos instruídos
por Deus... (Jo 6,44-51)
Deus é a fonte de
toda sabedoria (Eclo 1,1). É Deus quem derrama sobre nós a luz da ciência (Eclo
24,44). O Espírito de Deus é definido pela Escritura Sagrada como o “educador
das almas” (Sb 1,5). Foi ele quem falou pelos profetas – como rezamos no Credo
de Niceia e Constantinopla – revelando-nos os desígnios de Deus e seus planos
de amor para a humanidade inteira.
O próprio Jesus
disse aos discípulos que o conhecimento deles ainda era incompleto, mas o
Espírito Santo viria para recordar-lhes tudo o que lhes ensinara (cf. Jo
14,26). Esse Mestre interior é que deu à Igreja, desde o início, a condição de
levar adiante sua missão evangelizadora (cf. At 6,10; 9,31...).
E como é delicada
sua ação educadora em nossos corações! Cioso de nossa liberdade – dom recebido
quando criados à imagem e semelhança de um Deus absolutamente livre! -, o
Espírito Santo se disfarça em nossa própria consciência. Os pensamentos mais
íntimos, as sugestões mais profundas, certos movimentos de nossa memória, nossa
sensibilidade, nossa vontade – tudo manifesta a ação do Espírito de Deus em
nossas vidas.
E nos momentos de
decisão, nas crises e tentações, tendo diante de nós as escolhas e opções capazes
de definir nosso futuro eterno, aí “sopra” em nós de modo palpável o Espírito
Santo. Conhecendo nossas fraquezas e as sequelas do pecado original, o
Paráclito – advogado de defesa! - vem em nosso socorro, sugerindo (nunca
impondo!) caminhos ao nosso livre arbítrio.
Quem procura ser
dócil às moções do Espírito, é pouco a pouco iluminado pela Sabedoria eterna, e
se torna, por sua vez, capaz de acompanhar o caminho de outros irmãos. Assim
acontece com os pais que buscam na Palavra de Deus os princípios e critérios
para a educação dos filhos. Ou com os dirigentes e governantes que buscam na
mesma fonte as diretrizes para conduzir o povo que lhes foi confiado.
O século XX teve o
privilégio de testemunhar a notável ação do Espírito Santo na vida de homens e
mulheres admiráveis: papas como João XXIII e João Paulo II; fundadores como São
João Bosco e Madre Teresa de Calcutá; místicos como Charles de Foucauld e
Marthe Robin; governantes como Konrad Adenauer e o Rei Balduíno, da Bélgica.
Seus contemporâneos notavam neles uma “sabedoria” especial, que não brotava
simplesmente da experiência humana, mas manifestava um “sopro do alto”.
Depende de nós a
aquisição desta sabedoria...
Orai sem cessar: “No
segredo, me ensinas a sabedoria.” (Sl 51,8)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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