quinta-feira, 19 de maio de 2016

PALAVRA DE VIDA

Se o sal perde a força... (Mc 9,41-50)
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               Belo símbolo é o sal! De começo, trata-se de um dom de Deus. Encontra-se livre na natureza ou diluído nas águas do mar. Não é algo que o homem “produza”, mas apenas recolhe (como o maná, pois não?).

               O sal é poderoso conservante. Já no livro do Levítico, ordena-se que as vítimas consagradas a Deus devam ser salgadas, para que não se corrompam (Lv 2,13). Nos tempos antigos, todo o trabalho dos pescadores de alto mar seria inútil, se o pescado não fosse salgado antes de voltarem ao porto.
               O sal acentua o sabor dos alimentos, evita que a comida fique “desenxabida”, insossa. No entanto, ele é usado na cozinha em pequenas porções e permanece oculto nos alimentos. Mas, se faltar, logo se percebe. Tão importante era o sal, que costumava ser moeda para pagar pelo trabalho humano: daí o termo “salário”.
               Jesus Cristo deve ter pensado nesta espécie de “presença”, ao comparar seus discípulos com o sal: “Vós sois o sal da terra”. Aquele que acolhe a Boa Nova do Evangelho e passa a irradiar o amor à volta, age como as virtudes do sal: preserva, dá gosto à vida. Mas sempre há um risco: perder a força, perder a capacidade de agir na massa e dar-lhe sabor e sobrevida. É quando o sal se torna inútil, ineficaz, e acaba lançado fora...
               Os ativistas que, muitas vezes, consideram a oração, o silêncio e a adoração como “perda de tempo”, devem recordar que é exatamente esse “tempo perdido” que nos permite continuar ativos como o sal; sem ele, nos desvirtuamos e já não temos a capacidade de agir na massa. Madre Teresa de Calcutá não permitia que suas filhas fossem aos pobres antes de passar uma boa hora diante do Santíssimo Sacramento, sorvendo diretamente do Senhor aquele amor que, por si mesmas, não teriam para distribuir. O próprio Papa João Paulo II, envolvido em frenética atividade em todos os quadrantes do planeta, passava suas madrugadas em oração, diante do sacrário.
               Nós, leigos, temos no mundo o nosso campo de ação: “Os fiéis leigos vivem no século, isto é, empenhados em toda e qualquer ocupação e atividade terrena e nas condições ordinárias da vida familiar e social, com as quais é como que tecida a sua existência. Os fiéis leigos são pessoas que vivem a vida normal no mundo, estudam, trabalham, estabelecem relações amigáveis, sociais, profissionais, culturais etc.” (Christifideles Laici, 15.) Este é o nosso campo de ação.
               Sou sal? Minha presença faz o mundo melhor?
Orai sem cessar: “Eu te amo, Senhor, minha força!” (Sl 17, 2)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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