Neste Evangelho, Jesus acolhe o
paralítico trazido por alguns amigos. Antes, porém, de curar-lhe a paralisia,
Jesus lhe perdoa os pecados. De fato, a salvação que Jesus nos trazia não se
limitava ao corpo, mas derramava-se sobre o homem integral.
Nos tempos modernos, cresce sempre
mais o cuidado com o corpo, raiando os limites de uma idolatria da forma
física. Ao mesmo tempo, nota-se um crescente desprezo pelo sacramento da
reconciliação e penitência, que o povo conhece como “confissão”.
Em sua mensagem de lançamento do
Jubileu da Misericórdia, o Papa Francisco nos lembra que a Igreja está
encarregada de dar continuidade à missão de Jesus que perdoa nossos pecados. O
Papa escreve:
“Não me
cansarei jamais de insistir com os confessores para que sejam um verdadeiro
sinal da misericórdia do Pai. Ser confessor não se improvisa. Tornamo-nos tal
quando começamos, nós mesmos, por nos fazer penitentes em busca do perdão.
Nunca esqueçamos que ser confessor significa participar da mesma missão de
Jesus e ser sinal concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e
salva.
Cada um de nós recebeu o
dom do Espírito Santo para o perdão dos pecados; disto somos responsáveis.
Nenhum de nós é senhor do sacramento, mas apenas servo fiel do perdão de Deus.
Cada confessor deverá acolher os fiéis como o pai na parábola do filho pródigo:
um pai que corre ao encontro do filho, apesar de lhe ter dissipado os bens. Os
confessores são chamados a estreitar a si aquele filho arrependido que volta a
casa e a exprimir a alegria por o ter reencontrado.
Não nos cansemos de ir
também ao encontro do outro filho, que ficou fora, incapaz de se alegrar, para
lhe explicar que o seu juízo severo é injusto e sem sentido diante da
misericórdia do Pai que não tem limites. Não hão de fazer perguntas
impertinentes, mas, como o pai da parábola, interromperão o discurso preparado
pelo filho pródigo, porque saberão individuar, no coração de cada penitente, a
invocação de ajuda e o pedido de perdão. Em suma, os confessores são chamados a
ser sempre e por todo o lado, em cada situação e apesar de tudo, o sinal do primado
da misericórdia.” (Misericordiae Vultus)
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