sexta-feira, 23 de setembro de 2016

PALAVRA DE VIDA

 O Filho do Homem tem de sofrer muito... (Lc 9,18-22)
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Ao menos por três vezes, de forma antecipada, Jesus anunciou aos discípulos que sabia muito bem o que estava à sua espera. Esse “destino” incluía sofrimento, rejeição, morte e ressurreição. Obviamente, os discípulos não compreenderam a extensão desse anúncio. No caso de Pedro, chegaria a se opor a tal desfecho para a missão do Senhor, dele merecendo uma áspera reprimenda.
Nossa carne adâmica tem repulsa pelo sofrimento. Prefere o prazer e as facilidades. A simples ideia de uma vida sóbria, simples, ascética, já nos deixa um tanto assustados. Não admira que faltem vocações consagradas em uma sociedade hedonista!
A escolha da cruz infamante como instrumento de nossa salvação será escândalo para os judeus e loucura para os pagãos (cf. 1Cor 1,23). Além do mais, os judeus contemporâneos de Jesus andavam à espera de um Messias triunfante. Foi indizível a sua decepção com o Servo sofredor, suspenso no madeiro, como alguém que se fazia maldição. (Gl 3,13.)
A poesia pode ajudar a contemplação. Por isso, ofereço-lhe meu soneto “Diante da Cruz”:
Ó vivas fontes a jorrar das Chagas
Para inundar de vida o Universo,
Vinde afogar-me em vós, bem fundo, imerso
No abismo sacrossanto dessas vagas!

Ó vivo Sangue a escorrer em bagas
Para lavar o pecador perverso,
Se andei distante, em meu errar disperso,
As marcas do meu crime logo apagas!

Ah! Quem me dera fossem muitas vidas
Para curar a dor dessas feridas,
Com beijos apagar a cicatriz...

E o Amor eterno diz, neste momento:
- Já não me faz sofrer o sofrimento.
Quem ama sofre e pode ser feliz!
Orai sem cessar: “Fomos curados graças às suas chagas...” (Is 53,5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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