Como um grão de mostarda... (Lc
13,18-21)
“Mestre, tu não disseste que a mostarda é uma planta
pequena que se torna uma grande planta. Tu disseste que ela se torna maior que
os arbustos, que ela se torna uma árvore. ‘Uma árvore’ quer dizer uma estrutura
que, na concepção e na língua comum (senão na estrita verdade botânica), é
completamente diferente de uma planta.
E não apenas ‘uma árvore’, mas uma árvore tal que ‘as
aves do céu vêm habitar em seus galhos’ (Mt 13,32). De modo algum transformaste
a mostarda em uma verdura. Aquilo para que chamaste a nossa atenção é a semente
da mostarda: a semente – um grão, um germe, um simples ponto de partida, um
começo.
O germe e a árvore... Ora, esta semente de mostarda, tu
não disseste que ela é ‘uma pequena’ semente. Tu disseste que ela é ‘a menor de
todas as sementes’. Empregaste o superlativo. E eis aí, Senhor, tua lógica, a
lógica de teu Evangelho, a lógica dos contrastes e dos extremos.
Assim, não nos exortas simplesmente a nos fazermos
‘pequenos’ para nos tornarmos ‘grandes’ diante de teu Pai. Tu nos exortas a
acolher em nós a sementinha ‘menor’, a nos lançarmos em um abismo de humildade.
E então, o grão de mostarda pode, em nós, tornar-se uma ‘árvore’.
E não basta dizer que a pequenez é a condição para a
grandeza. É da extrema pequenez que sairá a extrema grandeza.
Esta parábola, Senhor, esclarece poderosamente o teu
pensamento. Este se move entre os extremos. Ele não se detém nas posições
intermediárias. Em ti, não há meias-tintas. Existe um sim que é sim, e um não
que é não. Tu nos forças a optar entre a luz e as trevas. Tu nos provocas para
as aspirações e as decisões que tendem a um máximo.
Isto é o que colocas diante de nós: o mais difícil, o
mais alto, o melhor...”
Ai! A nossa mediocridade! “Cuidado com o exagero! Deus
não pede tanto assim!” E que poderia pedir o Amor? Apenas... tudo...
Orai
sem cessar: “O Deus da paz vos santifique em tudo!” (1Ts 5,23)
Texto de Antônio Carlos
Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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