A
porta será aberta... (Lc 11,5-13)
Há momentos
de nossa vida em que todas as portas parecem fechadas. Buscamos em volta e não
vemos saída para nossos impasses e dificuldades. Ora, neste Evangelho Jesus nos
garante que há uma porta. E ela se abre a todo aquele que bate à porta.
Como pano de
fundo para esta certeza, a consciência de que não batemos à porta de um
estranho. Nem mesmo de um simples amigo. Trata-se da porta da casa de um Pai,
sempre pronto a colher seus filhos.
Por outro
lado, também o nosso coração tem sua porta, onde Jesus Cristo bate todos os
dias, à espera de que o acolhamos em nosso interior. Ocupados em bater à porta
de Deus, não percebemos que ele se antecipou e já está batendo à nossa porta.
Em 2012, em
uma Carta apostólica, o Papa Bento XVI escrevia: “A Porta da Fé (cf. At 14,27),
que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja,
está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de
Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma.
Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira.
Este caminho tem início no Batismo (cf. Rm 6,4), pelo qual podemos dirigir-nos
a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para
a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus que, com o dom do Espírito
Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos creem nele (cf.
Jo 4,8).” (Porta Fidei, 1.)
Que temos
aí? Uma porta de entrada, um caminho existencial, um porto de chegada. Não uma
errância caótica, sem sentido, nas mãos de um destino indiferente que nos trata
como marionetes, mas uma experiência de filhos sob os olhos de um Pai atento e
amoroso.
É por isso
que Jesus Cristo nos anima a bater à porta, mesmo no meio da noite, na certeza
de que não mora um estranho nem um vizinho incomodado no interior da Casa. Lá
dentro, sempre vigilante, quem responde ao nosso chamado é o Deus que nos
adotou como filhos desde nosso batismo. Muito mais do que pães ou peixes ao
visitante faminto, o Pai está pronto a conceder o Espírito Santo – o maior de
todos os dons – a todo aquele que lho pedir.
Como é que
você pretende viver a sua vida? No papel de um viajante anônimo ou na pessoa de
um filho bem-amado?
Orai sem cessar: “Basta abrires a boca e te
satisfarei!” (Sl 81,11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova
Aliança.
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