domingo, 20 de novembro de 2016

PALAVRA DE VIDA

 Tu és rei? (Lc 23,35-43)
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               Preso, flagelado, cuspido, exangue, coroado de espinhos – você diria que Jesus de Nazaré é rei?

               Sem manto de seda, sem a coroa de ouro, sem o cetro de marfim – você diria que ele é rei?
               Claro que não! A realeza do Filho de Deus nascido de mulher em nada transparecia sob as aparências de uma humanidade rebaixada.
               Mesmo Pilatos, o governador romano, alertado pelos sonhos de sua mulher (cf. Mt 27,19), intrigado diante daquele réu impassível e silencioso (cf. Jo 19,9), não foi capaz de identificá-lo como rei.
               Houve apenas uma exceção: o centurião romano, ao pé da cruz. Quando ele vê Jesus pregado à cruz, em sua magnífica serenidade, sem os urros e as blasfêmias comuns em outros condenados ao mesmo suplício, o centurião expressa o ato de fé impensável: “Verdadeiramente, este era o Filho de Deus”. (Mt 27,54)
               André Louf pergunta: “Quem poderia realmente compreender a realeza de Jesus? Bem ao lado dele, suspenso como ele em uma cruz semelhante, encontra-se alguém que já está maduro para adivinhar em que sentido Jesus é rei, e em que momento essa realeza se desdobrará claramente diante de todo o universo. Voltando-se para Jesus, como para enxugar a infâmia dos insultos e das zombarias, ele sussurra: ‘Jesus, lembra-te de mim quando vieres como rei’”.
               “Quando vieres...” E ele virá? Virá mesmo? Você crê nesta “Vinda” do Filho do Homem, do Filho de Deus, com poder e majestade? Se não crê, você se alia a Pilatos, a Herodes, aos sacerdotes do Templo, aos escribas e fariseus. Se você crê, você subscreve o gemido do ladrão crucificado ao lado, esse notável ladrão que, após uma vida crimes, aproveita o instante derradeiro para roubar o Paraíso...
               Na primeira Vinda, Jesus veio como profeta e mestre, como servo sofredor. Na segunda Vinda, Jesus virá como Juiz para julgar, separando ovelhas e cabritos, e como Rei, para estabelecer em definitivo o Reino de Deus.
               Engana-se, porém, quem avalia que este Reino é coisa de um futuro remoto, promessa distante para outras eras. Como disse o próprio Jesus, o Reino “está entre nós”. Jesus reinou já na cruz, esse trono disfarçado, quando disse ao ladrão: “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. O Reino já é atual para quem invoca a divina misericórdia...
Orai sem cessar: “O Senhor reina, exulte a terra!” (Sl 97,1)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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