sábado, 19 de novembro de 2016

PALAVRA DE VIDA

O Deus dos vivos... (Lc 20,27-40)
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               O foco deste Evangelho não é o casamento indissolúvel ou o direito de repudiar o cônjuge. A história perpetrada pelos saduceus – a mesma mulher com sete maridos sucessivos - foi apenas uma armadilha com que pretendiam confundir a Jesus. O foco é a ressurreição dos mortos.

             Vamos acolher a lição de São Cirilo de Alexandria [378-444 d.C.]:
               “Toda alma que crê na ressurreição trata a si mesma com respeito. Quem não crê na ressurreição abusa de seu próprio corpo como o faria de um corpo estranho. A Santa Igreja nos ensina a fé na ressurreição dos mortos: artigo de fé importante e muito necessário, combatido por muitos, mas estabelecido pela verdade. Os gregos o combatem, os samaritanos o negam, os heréticos o rasgam. A contradição tem muitas faces, mas a verdade tem um único rosto.
               Há cem ou duzentos anos, onde estávamos todos nós? Ignoras que a partir de coisas sem força, nem forma, nem diversidade é que fomos gerados? Aquele que criou o que não existia, não iria ressuscitar aquele que morreu depois de sua existência?
               Voltemo-nos agora para os escritos da Lei. Deus diz a Moisés: ‘Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó’. (Ex 3,6) Se Abraão estava morto, assim como Isaac e Jacó, Deus é, então, o Deus dos que não existem? Assim, é preciso que Abraão, Isaac e Jacó ainda existam para que nesta passagem Deus seja o Deus de personagens existentes, pois ele não disse “Eu era o Deus deles”, mas “Eu sou”.
               A vara de Aarão, quebrada e morta, pôs-se a florir sem mesmo ter passado pela água (Nm 17). Esta vara, por assim dizer, ressuscitou dos mortos enquanto o próprio Aarão não ressuscitaria? Deus operou um milagre em um pedaço de pau; não daria a ressurreição ao próprio Aarão?
               Para criar o homem, Deus mudou a poeira em carne; não seria a carne novamente restaurada em carne? De onde tiraram sua existência o céu, a terra e o mar? E o sol, a lua e as estrelas? Como os pássaros e os peixes foram tirados das águas? Tantas miríades de criaturas foram transportadas do nada para o ser, e nós, homens, criados à imagem de Deus, será que não ressuscitaremos? [...]
               Lembrai ainda as palavras de Paulo aos coríntios: ‘Se os mortos não ressuscitam, então também Cristo não ressuscitou’. (1Cor 15,13) Depois, ele chama de ‘loucos’ os que não creem. E aos tessalonicenses: ‘Os mortos que estão em Cristo ressuscitarão primeiro’. (1Ts 4,16)
Orai sem cessar: “Tornarás a dar-me vida!” (Sl 71,20)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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