Se um reino se divide... (Mc 3,22-30)
A união faz
a força. Um feixe de varas resiste mais que uma vara isolada. Isto é sabença do
povo. Quando os escribas se recusam a reconhecer os milagres de Jesus como um
sinal divino, atribuem a Satanás o poder que se manifestava no Nazareno. Jesus
responde com uma argumentação pelo absurdo: se Satã expulsa seus próprios
demônios, seu reino está dividido e acabará em ruínas.
Deixando de
lado a questão da guerra dos espíritos, vale a pena refletir sobre o princípio
que o Senhor nos dá: uma casa dividida não tem futuro. Se os que moram na mesma
casa não reúnem suas forças, acabarão arruinados.
Esta verdade
vale para todo grupo humano: famílias, equipes de trabalho, empresas,
comunidades e Institutos religiosos. Estes têm seu carisma como princípio
unificador. As empresas possuem seus objetivos como traço de união. A família
vive o amor como a ponte que a todos aproxima, como argamassa que reúne as
pedras da construção.
Até no futebol, o senso coletivo deve
prevalecer sobre os brilharecos e firulas individuais. Não é à toa que os
americanos chamam este esporte de “soccer”, acentuando seu lado “social”
de interação e cooperação. A equipe treina em conjunto, dorme na mesma
concentração e disputa o jogo ao mesmo tempo, vestindo a mesma camisa.
Vencendo, todos comemoram; se perdem, todos se sentem humilhados.
A Igreja –
barca de Pedro – é uma grande tripulação. Estamos espalhados por todo o planeta
e há trabalho para todos. Temos um mesmo timoneiro: Jesus. Desempenhamos, no
entanto, diferentes funções: uns cuidam das velas, outros observam as estrelas
e traçam o rumo, outros cozinham para a tripulação. Todos são essenciais. A
falha de um só pode ser o desastre de todos...
Um grupo
precisa de rituais de aproximação e convivência. Ali se unem almas e corações,
preparando-se para as tempestades de toda viagem. Quando as famílias faziam as
refeições em comum e seus membros se levantavam e deitavam na mesma hora, havia
mais unidade no lar. Hoje, quando há um televisor em cada quarto - porque os
membros da mesma família não conseguem chegar a um acordo sobre o programa que
poderiam ver juntos -, o individualismo está minando nossa unidade.
Em tempos de
discórdias e dissensões, que posso fazer para estreitar os laços de minha
família? Que gestos estão ao meu alcance para estender pontes entre os grupos
que estão separados?
Orai sem cessar: “Oh! Como é bom e agradável
irmãos unidos viverem juntos!” (Sl 133,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova
Aliança.
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