Por todo o mundo! (Mc 16,15-18)
O campo do
Evangelho é a terra inteira! Ninguém está excluído do anúncio da salvação.
Afinal, “Deus quer que todos os homens se salvem” (cf. 1Tm 2,4). E o próprio
Jesus garantiu: “Quando eu for erguido, atrairei todos os homens a mim!” (Jo
12,32.) Nos últimos tempos, cresceu uma deriva teológica que nega este aspecto
universal ou “católico” da missão da Igreja. Chegam a chamar de “genocídio
cultural” o trabalho de evangelização realizado junto aos povos não-cristãos...
Em sua
brilhante Carta Encíclica “Redemptoris Missio” [A Missão do Redentor], o
saudoso Papa João Paulo II escreveu: “As várias formas do mandato missionário
contêm pontos em comum, mas também acentos próprios de cada evangelista; dois
elementos, de fato, encontram-se em todas as versões. Antes de mais, a dimensão
universal da tarefa conferida aos Apóstolos: ‘todas as nações’ (Mt 28,19);
‘pelo mundo inteiro, a toda criatura’ (Mc 16,15); ‘todos os povos’ (Lc 24,47);
‘até os confins do mundo’ (At 1,8). Em segundo lugar, a garantia, dada pelo
Senhor, de que, nesta tarefa, não ficarão sozinhos, mas receberão a força e os
meios para desenvolver a sua missão...” (RMi, 23.)
Mais
adiante, o Papa observava: “O Senhor Jesus enviou os seus Apóstolos a todas as
pessoas, a todos os povos e a todos os lugares da terra. Nos Apóstolos, a
Igreja recebeu uma missão universal, sem limites, referindo-se à salvação em
toda a sua integridade, segundo a plenitude de vida que Cristo veio trazer (cf.
Jo 10,10): ela foi ‘enviada para manifestar e comunicar a caridade de Deus e
todos os homens e povos’”. (RMi, 31.)
Se o anúncio
do Evangelho de Jesus incomodar a sociedade indiana, onde as castas sociais
fazem os homens desiguais, ou causar problemas para o governo chinês, devido à
sua política demográfica de impor aos casais um único filho, não é o Evangelho
que aponta para a direção errada. E o apelo evangélico a reformar estruturas
sociais e econômicas injustas e desumanas não merece o rótulo de genocídio
cultural, mas consiste, antes, em devolver ao homem sua dignidade perdida.
Foi este o
trabalho de Paulo, apóstolo das nações. Oportunamente, ou não, levou a mensagem
de Jesus Cristo a todos os quadrantes, impelido pela caridade de Cristo (cf.
2Cor 5,14). Escrevendo aos fiéis da Galácia, o apóstolo lembrava que o batismo
cristão anula as diferenças do mundo pagão: “Vós todos que fostes batizados em
Cristo vos revestistes de Cristo. Não há mais judeu ou grego, escravo ou livre,
homem ou mulher, pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus”. (Gl 3,27-28)
Este é o exemplo a ser imitado. O mais
é traição!
Orai sem cessar: “Anunciarei teu nome a meus irmãos!” (Hb 2,12)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova
Aliança.
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