domingo, 26 de fevereiro de 2017

PALAVRA DE VIDA

 Não vivam preocupados... (Mt 6,24-34)
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           Será possível? Os empregos virando pó... A Bolsa de Valores em sua permanente gangorra... O noticiário com a dose diária de insegurança e medo... A filha que ainda não chegou... Como ficar despreocupado?

            Para Hébert Roux, “esta página tão profundamente inquietante do Evangelho só pode ser lida em seu verdadeiro sentido por aqueles que a ouvem da própria boca d’Aquele que tem toda a autoridade para dizê-la: o Dispensador do verdadeiro tesouro, o Mestre que, quando o servimos, não pode deixar-nos na escravidão de Mammon ou de seus anjos negros, que são as preocupações”.
            Não quer dizer que Jesus viva nas nuvens aéreas do Tabor, ou seja um sonhador de utopias, desgarrado do real. Ele viveu na aldeia de Nazaré, onde o pão aparecia graças à carpintaria de José e à cozinha de Maria. No entanto, é exatamente ao nível dos problemas diários que Jesus nos adverte: “Não se preocupem com sua vida... com seu corpo...” O motivo? “Vosso Pai celeste sabe...”
            Sim, Deus “sabe”. Deus vê. Deus acompanha. E tudo isso sob as lentes do amor. “Não existe domínio algum da terra ou rasamente material – observa Roux – que escape ao cuidado de Deus.” E se Deus “se ocupa”, por que iria eu me “pré-ocupar”?
            Para o mesmo comentarista, as preocupações brotam do fato de que os homens se esqueceram de que são criaturas de Deus na mesma qualidade que os lírios do campo e as aves do céu. Para ele, “a Bíblia ignora a distinção pagã entre o físico e o psíquico. É o ser humano em sua integridade e sua totalidade que pertence a Deus. Deixar-se preocupar com um aspecto de sua existência é comportar-se ‘como os pagãos’ que, pela falsa distinção entre o sagrado e o profano, desconhecem que Deus é o Senhor do céu E da terra”.
            Em tempos de crise (e quando não houve alguma crise, desde o desastre de Gênesis 3 ?), é comum que as pessoas entrem em parafuso, mergulhem na depressão, cheguem ao extremo do suicídio. A causa profunda de tanto sofrimento está na ilusão de que só contamos com o próprio suor e os próprios recursos para viver o dia de hoje.
            Sim, o “dia de hoje”, pois o amanhã a Deus pertence, diziam nossos avós. E eles sabiam muito bem, e com experiência constante, que estamos todos nas mãos de um Deus que é bom Pai...
Orai sem cessar: “Senhor, a tua mão direita me sustenta!” (Sl 63,9)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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