terça-feira, 14 de março de 2017

PALAVRA DE VIDA

Quem se humilhar... (Mt 23,1-12)
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               Não se busque nos Evangelhos a fria lógica dos cartesianos. Ali, os paradoxos chegam a espantar. Como nesta afirmação de Jesus: “Quem se exaltar será humilhado; quem se humilhar será exaltado”.

               Você conhece alguém verdadeiramente humilde? Alguém que não procura erguer o topete acima do “húmus” e se mantém habitualmente ao nível do solo? Sim, humilde [no latim, “humilis”] vem de húmus, a terra. Em geral, deixamos de ser “humildes” quando julgamos que somos anjos ou super-homens, esquecendo nossa condição “humana”, isto é, amassada na argila da terra.
               Os reis coroados de ouro têm dificuldades em permanecer humildes. Os pop-stars engalanados de prata acabam endeusados e proibidos de serem humildes. O mesmo risco correm os sábios, os acadêmicos (imortais???) e os poderosos. À sua volta, orbita uma legião de demônios do orgulho e da soberba, da autossuficiência e da autodeterminação. Aqui se incluem os fiéis que tentam ser bons e virtuosos pelo próprio esforço. Em consequência – à imagem de Sísifo – todos carregam nos ombros o insuportável fardo daqueles que só contam com as próprias forças, os próprios recursos, e nada esperam da Graça de Deus. Esse Deus doador que sempre socorre os humildes que bradam aos céus...
               Jean Bar Kaldoun [Séc. X], monge da Mesopotâmia do Norte, inspira-se este Evangelho:
               “Sê humilde, meu filho, a fim de adquirir a obediência que te fará reinar acima de tudo o que há na terra. A humildade é a mãe da obediência; ela é a primeira das virtudes que deves praticar.
               Temos aí o testemunho verdadeiro do bem-aventurado apóstolo que, desejando mostrar a grandeza da virtude que fez surgir neste mundo o Cristo, nosso Senhor, deixa de lado todas as virtudes daquele que é a própria súmula de todas as virtudes, e se apressa a falar desta mãe da obediência, essa nutriz de todas as virtudes, dizendo: ‘Ele humilhou a si mesmo e foi obediente até a morte’. (Fl 2,8) De fato, era impossível que ele fizesse transparecer esta obediência até a morte, doando-se por todos voluntariamente, sem uma perfeita humildade.
               Assim, aquele que devia sofrer voluntariamente a morte por todos, ele, o templo da divindade, humilhou-se a si mesmo com admirável humildade. Obedeceu a seu Pai, que o enviou ao mundo para que o mundo viva por ele. E ele entregou-se a uma morte terrível. Ele se fez maldição por nós.”
Orai sem cessar: “Jesus, manso e humilde de coração, faz meu coração semelhante ao teu!”

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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