domingo, 14 de maio de 2017

PALAVRA DE VIDA

 Voltarei e vos levarei comigo... (Jo 14,1-12)
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            Em plena despedida, Jesus promete voltar. Parece um “adeus”, mas é apenas “até já”. E aquilo que poderia ser uma frase solta, perdida no meio de um grande discurso, a Igreja o acolhe como um mistério de fé: “Creio que há de vir...” E ainda: “Et iterum venturus est cum gloria judicare vivos et mortuos.” E de novo há de vir glorioso para julgar os vivos e os mortos – professamos no Credo niceno-constantinopolitano.

            Nós cremos? Ainda cremos? Depois de tantos séculos, de tantas idas-e-vindas da humanidade errante? E se não cremos, perdemos muito mais que a fé: perdemos simultaneamente o dinamismo da esperança. E sem ela, esta vida na História se reveste de absurdo e já não faz sentido...
            E é a esperança aquela virtude-menina (Claudel) que não envelhece com o tempo. Muita gente já baixou os olhos do horizonte, desceu da incômoda muralha e foi dormir um sono sem sonhos. Alguém foi jogar na Bolsa. Outro foi acompanhar os jogos da arena. Muitos foram fazer fortuna. De fato, se o Senhor não vem (não virá?), a vida é só isto que se vê... Não há mesmo nada a esperar...
            Na contramão da opinião dominante, o “Catecismo da Igreja Católica” discorda: “No dia do juízo, por ocasião do fim do mundo, Cristo virá na glória para realizar o triunfo definitivo do bem sobre o mal, os quais, como o trigo e o joio, terão crescido juntos ao longo da história. Ao vir no fim dos tempos para julgar os vivos e os mortos, Cristo glorioso revelará a disposição secreta dos corações e retribuirá a cada um segundo suas obras e segundo tiver acolhido ou rejeitado sua graça.” (Cf. 681-682)
            Igualmente viria discordar o Apóstolo Paulo: “Porque o Senhor em pessoa, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao toque da trombeta de Deus, descerá do céu: então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; em seguida nós, os vivos que tivermos ficado, seremos arrebatados com eles sobre as nuvens, ao encontro do Senhor, nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” (1Ts 4,16-17)
O antigo Salmista também discorda: “Minha alma espera pelo Senhor, mais ansiosa que os vigias pela manhã. Mais do que os vigias que aguardam a manhã, espere Israel pelo Senhor...” (Sl 130,6-7)
            E você? Ainda espera? Morando em uma tenda provisória, vive à espera da morada definitiva?
Orai sem cessar: Maraná tá! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22,20)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

PALAVRA DE VIDA

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