sábado, 27 de maio de 2017

PALAVRA DE VIDA

 O próprio Pai vos ama... (Jo 16,23b-28)
Resultado de imagem para (Jo 16,23b-28)           Sim, Deus tem por todos nós um amor incondicional. Deus não nos ama porque nós somos bons, mas porque ELE é bom. Nem ele esperou que nós o amássemos, pois, como diz S. João em uma de suas Cartas, “Deus nos amou primeiro”. (1Jo 4,19.)

            No entanto, no Evangelho de hoje, Jesus nos apresenta uma “razão” para o Pai ter por nós um amor de predileção: “É o próprio Pai que vos ama, por vós me terdes amado e haverdes acreditado que Eu vim de junto de Deus”. O discípulo convive com Jesus, chega a amá-lo e, por isso, desperta ainda mais o amor do Pai.
            Claro que o Pai já nos amava bem antes. Afinal, Deus ama tudo o que ele criou, mesmo os filhos rebeldes, conforme ficou explícito na parábola do filho pródigo, ou melhor, do “Pai amoroso” (cf. Lc 15,11ss.). Entre o Artista e as obras por ele criadas há um amor de “paternidade”. Mesmo aqueles que pintam para vender suas telas, experimentam um certo sentimento de perda ao se desfazerem delas. E nós não somos telas pintadas: somos criaturas vocacionadas à filiação!
            Decerto, há uma gradação no amor de Deus por suas criaturas: não amaria no mesmo grau uma rocha, um colibri e um bebê. Este último é dotado de uma alma imortal (exclusiva dos humanos), “capaz de Deus”, e veio à vida como alguém chamado à amizade e à comunhão com Deus em um patamar que está fora do alcance dos seres irracionais. Esta descoberta ajuda a entender que o Filho de Deus tenha morrido por nós, para a nossa salvação.
            O amor e a fé andam juntos. Quem ama, aposta sua vida no amado. Aliás, como se lê no título de um livro do teólogo suíço Hans von Balthasar, “só quem ama merece nossa fé, nossa confiança”. A criança confia nos pais quando se sente amada por eles. Na tradução de von Balthasar, S. João diz: “Re-conhecemos o amor de Deus por nós e, então, pudemos crer”. (1Jo 4,16.)
            Nossos atos de fé – em especial aqueles que se manifestam por nossas escolhas, nosso abandono à missão apresentada por Deus – “estimulam” o amor de Deus por nós. É isso que os mestres espirituais tentam dizer quando afirmam: “Deus não se deixa vencer em generosidade!” Amor pede amor. Amor puxa pelo amor.
            Que posso fazer para mostrar ao Pai que eu amo a Jesus?
Orai sem cessar: “Só em Deus repousa a minha alma.” (Sl 62,2)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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