terça-feira, 30 de maio de 2017

PALAVRA DE VIDA

 Glorifica teu Filho! (Jo 17,1-11a)
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           Jesus, nesta mesma mesa, acaba de lavar os pés dos discípulos (cf. Jo 13), na mais extrema mostra de humildade daquele que “veio para servir”. Um gesto tão inusitado, tão inesperado, que o primeiro impulso de Simão é o de recusá-lo. Agora, em oração ao Pai, o mesmo Jesus pede para ser glorificado. Veríamos aqui uma contradição?

            Do modo algum! É que, entre nós, a palavra “glória” é um termo bastante ambíguo e pode levar-nos a pensar no fausto dos imperadores, nos louros do atleta olímpico, nos aplausos do artista consagrado. E não é disso que Jesus está falando...
            Como comenta Dom Claude Rault, Bispo do Saara argelino, a “glória” de Jesus consiste apenas em ser reconhecido como o Filho do Pai. Se o mundo o reconhecer como Filho, Deus será logo reconhecido como Pai, abrindo um luminoso caminho de salvação à multidão dos filhos que talvez ainda o desconheçam.
            “A ‘glória de Deus’ é Deus ser acolhido por aquilo que ele é: o ‘Abbá’, Pai de Jesus, o ‘Abbá’ da humanidade inteira. A glória de Deus é o próprio Deus presente no coração de toda pessoa humana reconhecida como seu filho, a começar pelos mais abandonados e pequeninos. A glória de Deus é o homem e a mulher reconhecidos por aquilo que eles são: crianças de Deus. ‘A glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus’ – dizia Santo Irineu.
            A glória de Deus é a humanidade respeitada em cada um de seus membros, é a dignidade humana reconhecida em toda pessoa, seja ela quem for. É a face de Deus reconhecida em cada um de seus filhos.
            É isto que Jesus pede através de sua oração: que conhecendo-o por aquilo que ele é, nós conheçamos o Pai; e conhecendo o Pai, conheçamos nossa vocação comum: a de sermos contados entre seus filhos.”
            Parece pouco, talvez, mas as consequências vão além de toda medida humana. É em mim, na minha vida, que a glória de Deus deve ser manifesta. Meus atos, minhas palavras, minhas opções – se realizados em uma estatura filial – contribuem para que Deus seja glorificado. Se minha vida se desenrola em clima de orfandade pagã, isto não acontecerá.
            Ser cristão é viver como filho...
Orai sem cessar: “Pai nosso!”

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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