sábado, 17 de junho de 2017

PALAVRA DE VIDA

Cumprirás teus juramentos... (Mt 5,33-37)
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           Nesta passagem do Sermão da Montanha, Jesus se refere ao texto de Ex 20,7 sobre o caráter sagrado de um juramento. Trata-se de uma palavra da Escritura levada tão a sério, e de forma tão material, que a jurisprudência rabínica obrigava o autor de um juramento a cumprir até mesmo uma promessa insensata.

            Exemplo clássico de um voto (ou juramento) absurdo foi aquele de Jefté (cf. Jz 11,30ss). Antes de entrar em batalha contra os amonitas, ele prometera a Deus que, em caso de vitória, ofereceria em holocausto ao Senhor o primeiro que saísse ao seu encontro, das portas de sua casa. Ao regressar vitorioso, a primeira pessoa que saiu em sua direção, dançando e celebrando o vencedor, foi sua filha única. E o pai insensato cumpriu o juramento feito a Deus...
            O novo ensinamento de Jesus – “Eu, porém, vos digo...” – é que nossa palavra deve ser sempre verdadeira, sem necessidade de ser calçada por um juramento que invoque o Nome sagrado de Deus. “Sim, sim; não, não.” O que passar disso é demoníaco (cf. Mt 5,37).
            Pobre Mestre! Ele mesmo seria a primeira vítima de um leque de mentiras e calúnias, traição e falsas acusações. Mesmo entre seus seguidores, quantas promessas vãs, quantos votos quebrados, quantas mentiras “oficiais”! O medo, o comodismo, a aversão pela cruz levaram muitos a mentir e a se desmentir...
            Por outro lado, quantos exemplos admiráveis dos mártires que levaram ao extremo sua fidelidade a Deus! Os irmãos macabeus torturados diante da própria mãe, que os animava a permanecerem fiéis (cf. 2Mac 7). Os jovens que não se deixaram aliciar pelas promessas dos poderosos... As virgens que preferiram morrer – como Maria Goretti – a pecar... Os bispos chineses que se recusaram a compactuar com o regime ateu... O teólogo luterano Dietrich Bonhoeffer, que pregou abertamente contra o totalitarismo de Hitler e acabou preso e enforcado.
            Nestes tempos de mentira institucionalizada, em que a mídia se vende ao poder dominante para continuar beneficiada pela publicidade oficial, o cristão é interpelado a ser testemunha (isto é, mártir) da verdade. Os genocídios perpetrados mundo a fora só foram possíveis graças ao silêncio da maioria.
            Também nós iremos avalizar a mentira?
Orai sem cessar: “E a verdade vos libertará...” (Jo 8,32)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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