Apregoai sobre os
terraços! (Mt 10,24-33)
Neste Evangelho, Jesus utiliza um
duplo contraste: escuridão X luz do dia; ao pé do ouvido X sobre os telhados.
Ele nos fala de “exposição”. Uma exposição da Boa Nova que expõe igualmente
aquele que a anuncia. Isto é, evangelizar inclui sempre um risco pessoal. O
Evangelho de Cristo não combina absolutamente com o medo e a prudência humana.
Basta ler os Atos dos Apóstolos e verificar a que ponto chegou a ousada
imprudência dos primeiros cristãos.
Em sua homilia de 14 de abril de
2013, 3º Domingo de Páscoa, o Papa Francisco pregava:
“Encontramo-nos
sobre o túmulo de São Paulo, um Apóstolo humilde e grande do Senhor, que O
anunciou com a palavra, testemunhou com o martírio e adorou com todo o coração.
É precisamente sobre estes três verbos que queria refletir à luz da Palavra de
Deus que escutamos: anunciar, testemunhar, adorar.
1. Na
primeira Leitura, impressiona a força de Pedro e dos outros Apóstolos. À ordem
de não falar nem ensinar no nome de Jesus, de não anunciar mais a sua Mensagem,
respondem com clareza: ‘Importa mais obedecer a Deus do que aos homens’. E nem
o fato de serem flagelados, ultrajados, encarcerados os deteve. Pedro e os
Apóstolos anunciam, com coragem e desassombro, aquilo que receberam: o
Evangelho de Jesus.
E nós? Somos
nós capazes de levar a Palavra de Deus aos nossos ambientes de vida? Sabemos
falar de Cristo, do que Ele significa para nós, em família, com as pessoas que
fazem parte da nossa vida diária? A fé nasce da escuta, e fortalece-se no
anúncio.
2. Mas,
façamos mais um passo: o anúncio de Pedro e dos Apóstolos não é feito apenas
com palavras, mas a fidelidade a Cristo toca a sua vida, que se modifica,
recebe uma nova direção, e é precisamente com a sua vida que dão testemunho da
fé e anunciam Cristo. [...] Não se pode apascentar o rebanho de Deus, se não se
aceita ser conduzido pela vontade de Deus mesmo para onde não queremos, se não
estamos prontos a testemunhar Cristo com o dom de nós mesmos, sem reservas nem
cálculos, por vezes à custa da nossa própria vida.
Mas isto vale
para todos: é preciso anunciar e testemunhar o Evangelho. Cada um deveria
interrogar-se: Como eu testemunho Cristo com a minha fé? Tenho a coragem de Pedro
e dos outros Apóstolos para pensar, decidir e viver como cristão, obedecendo a
Deus?”
E, passando
do discurso à ação, Francisco defende os pobres, acusa os poderosos, dorme no
presídio e repete os gestos de Jesus Cristo.
Orai sem cessar: “Eu te louvarei entre os povos, Senhor!” (Sl 57,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade
Católica Nova Aliança.
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