quinta-feira, 20 de julho de 2017

PALAVRA DE VIDA

 E achareis repouso... (Mt 11,28-30)
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               Esta passagem do Evangelho, exclusiva de Mateus, chega a ser comovente pela sua candura. Jesus faz um convite a “todos vós que sofreis, que estais sobrecarregados”, seguido de uma promessa: “e eu vos descansarei”.

               Ora, seria difícil encontrar alguém que não se enquadrasse como destinatário deste convite, desde a criança síria vitimada pelo gás Sarin, ao migrante sudanês que atravessa o Mediterrâneo num bote inflável, até a mãe da menina brasileira atingida pela bala perdida em plena sala de aula. Todos sofrem, todos estão esmagados pela vida, todos clamam por descanso e paz.
O teólogo Hans Urs von Balthasar comenta:
               “São convidados todos os aflitos e todos os que estão sob o peso seja lá do que for. É para estes que o repouso é prometido. (Os outros não precisam disso...) Note-se, porém, a oposição: aqueles que vêm a Jesus carregam ‘pesados fardos’, mas o ‘jugo’ de Jesus é ‘fácil de carregar’, seu ‘fardo é leve’.
               Entretanto, o fardo dele, a cruz, é o mais pesado que existe. E não podemos dizer que sua cruz só é pesada para ele, e não para aqueles que a carregam junto com ele. A solução se encontra na atitude de Jesus, que se designa como “manso e humilde de coração”, que não geme sob os fardos que lhe são impostos, não se lamenta, não protesta, não os mede nem os compara às suas próprias forças. ‘Ponham-se em minha escola’, e em seguida vocês farão a experiência de que o seu pesado fardo é, afinal, verdadeiramente ‘leve’.
               Não é em vão que o Messias vem, na profecia de Zacarias (9,9-10), montado em um burrinho completamente humilde. E não é sem razão que Paulo nos recorda termos em nós o ‘Espírito de Deus’ (do Pai) e o ‘Espírito de Cristo’ (do Filho), para nos deixar determinar por ele. O homem carnal geme debaixo de seu fardo, entretanto, ‘não somos devedores da carne para vivermos segundo a carne’ (Rm 8,9.11); ao contrário, nós podemos rejubilar-nos segundo Espírito divino que habita em nós, o Espírito de amor entre o Pai e o Filho, por Jesus nos permitir carregar com ele um pouco de seu jugo, de sua cruz. Assim é que nos é dado experimentar, no Espírito, o repouso de Deus.”
               Até quando vamos ignorar este ponto central da Boa Nova? Jesus veio para os fracos, para os vencidos, para os sem esperança aos olhos do mundo. E sua maneira de vir foi a Encarnação, quando ele mesmo assume plenamente a nossa condição, sem regalias, sem honrarias, sem descanso. E, por isso mesmo, ele compreende as nossas dores...
Orai sem cessar: “Eram as nossas dores que ele carregava...” (Is 52,4)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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