Será cheio
do Espírito Santo... (Lc
1,5-25)
No Evangelho de hoje, estamos diante
de uma “anunciação”. O mensageiro divino manifesta ao sacerdote Zacarias, bem
junto do altar, que lhe seria dado um filho em plena velhice. Entre outros
traços desse menino, diz o Anjo que ele será “cheio do Espírito Santo”.
Como em toda vida humana, o
nascimento de João corresponde a uma vocação necessária. Deus “precisa” de
alguém que prepare o povo para a vinda do Messias. João foi o escolhido. Mas o
esforço humano, habilidades e dedicação são insuficientes para o cumprimento de
nossa missão. Por isso mesmo, o menino será dotado da plenitude do Espírito de
Deus. É com tal dinamismo que ele exercerá o seu papel na história dos homens.
A mesma expressão aparece após
Pentecostes, em várias situações registradas nos Atos dos Apóstolos, seja na
vida de Pedro (At 4,8), de Estevão (At 7,55), de Paulo (At 9,17; 13,9), de
Barnabé (At 11,24) ou dos discípulos em geral (At 2,4; 4,31; 6,3; 13,52). A
cooperação entre o Espírito e a Igreja (cf. At 9,31) permite a expansão do
Evangelho e o crescimento da Igreja de Cristo. A Igreja primitiva tinha a
consciência de que não realizava tarefa humana, mas agia impelida pelo Espírito
de Deus, sem o qual se veria incapaz para a missão.
Na Carta aos Romanos, Paulo insiste
nessa evidência: “Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o
espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o
Espírito de Cristo, este não é dele.” (Rm 8, 9.) Nemmesmo a oração – que pode
parecer tarefa bem fácil – conseguiremos levar adiante sem esta mesma
sustentação: “Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza, porque não
sabemos o que devemos pedir nem orar como convém, mas o Espírito mesmo
intercede por nós com gemidos inefáveis. E Aquele que perscruta os corações
sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus.” (Rm
8,26-27.)
Em nossos tempos, é comum o engano
de iniciar projetos – mesmo dentro da Igreja – quando se conta apenas com as
forças e recursos humanos. Como resultado, muita agitação, muito cansaço,
muitos fracassos. Os santos, ao contrário, mesmo sem dinheiro e sem o apoio dos
poderosos, ergueram obras admiráveis para servir em especial aos pequeninos
deste mundo.
E nós? Com quem estamos contando
para cumprir a nossa missão?
Orai
sem cessar: “É o espírito de Deus no homem e um
sopro
do
Todo-poderoso que torna inteligente.” (Jó 32,8)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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