segunda-feira, 24 de setembro de 2018

PALAVRA DE VIDA


 Nada oculto que não venha à luz... (Lc 8,16-18)
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De tempos em tempos, a vida política do Brasil é dominada por uma onda de CPIs. Dirigentes viram réus. Reputações rolam na sarjeta. Acordos firmados na sombra da noite são revelados abertamente à luz do sol. A Operação Lava Jato é bom exemplo. E confirma-se a palavra de Jesus: nossos pecados – ainda que no dia do Juízo Final – serão todos revelados. Inútil o esforço de simular uma fachada de bem quando o vício e o pecado vicejam em nós. Mais cedo ou mais tarde, as máscaras cairão...
Mas esta passagem é inseparável da imagem da lâmpada de azeite, que a dona da casa acende, ao entardecer, e deposita sobre o candelabro, bem no alto, para que toda a casa fique iluminada. Em Nazaré, durante 30 anos, esta cena se repetia todas as noites. E Jesus, desde menino, devia contemplar o rosto de sua Mãe e pensar no significado de seu gesto: “É ela quem ilumina a nossa noite. Quando eu crescer, também quero iluminar o mundo inteiro. Quero ser a luz do mundo!”
Também José era contemplado por Jesus. Esse homem justo (cf. Mt 1,19) também iluminava o Menino com seus exemplos. A presença paterna, sua dedicação ao trabalho, sua ternura com Maria, sua retidão nos negócios – tudo era uma lâmpada acesa diante de Jesus. Além de aprender a profissão de seu pai nutrício, Jesus aprenderia seu jeito de andar, a música de sua voz, sua vida de oração.
Quando, mais tarde, o Mestre da Galileia ordenar que nossa luz brilhe diante dos homens, é claro que não nos impele a “fazer farol”, a assumir uma atitude exibicionista. No fundo, ele nos alerta para a importância fundamental dos bons exemplos, para o seu notável poder de contágio e de irradiação. Muito mais que as palavras etéreas, os gestos concretos arrastam o mundo. Menos discursos, mais atitudes...
Em várias ocasiões, o saudoso Papa João Paulo II nos lembrava que “o homem contemporâneo acredita mais nas testemunhas do que nos mestres, mais na experiência do que na doutrina, mais na vida e nos fatos do que nas teorias”; e que “o testemunho da vida cristã é a primeira e insubstituível forma de missão”. (Cf. Redemptoris Missio, 42.)
Como anda a nossa lâmpada? A luz do Espírito Santo arde em nós? Estamos ajudando a iluminar as trevas de nosso século?

Orai sem cessar: “Senhor, sabeis tudo de mim!” (Sl 139,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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