Seus
anjos contemplam a face de meu Pai... (Mt 18,1-5.10)
A Sagrada Escritura está cheia de
anjos. Mensageiros e servidores de Deus, eles visitam pessoas como Gedeão (Jz
6,11), Elias (1Rs 19,5.7), Maria de Nazaré (Lc 1,26); acompanham peregrinos em
sua caminhada (Tobias 5,4), libertam prisioneiros (At 5,19; 12,7), lutam em favor
do povo (Sl 34,7; Is 37,36) e combatem os demônios (Ap 12,7).
Criaturas puramente espirituais, os
anjos estão incluídos no Credo de Niceia e Constantinopla, onde afirmamos crer
em um Deus Criador do céu e da terra, das coisas visíveis e “invisíveis” (visibilium et invisibilium). A presença
dos anjos é uma constante na vida da Igreja: associados a eles, cantamos
“Santo, Santo, Santo” no início de cada oração eucarística. A liturgia católica
inclui celebrações especiais em memória dos anjos da guarda e dos arcanjos
Miguel, Gabriel e Rafael.
O Catecismo da Igreja Católica
ensina: “Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e
por sua intercessão. Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor
para conduzi-lo à vida. Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da
sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus”. (CIC, 336)
No Evangelho de hoje, diante de
homens sedentos por grandezas humanas, Jesus apresenta as crianças como modelo
da “pequenez” necessária para a entrada no Reino de Deus. E ressalta que (v.
10) esses pequenos estão sob a guarda de anjos que contemplam a Deus. A lição é
que o Senhor cuida de seus “pequenos”, aqueles que não têm onde se apoiar, a
não ser no próprio Deus.
Os grandes, os importantes aos olhos
do mundo – seja por sua posição de mando, sua conta bancária ou por seu arsenal
atômico – confiam apenas em seu poder pessoal e, por isso mesmo, julgam inútil
algum tipo de dependência em relação a Deus.
A criança é para nós o modelo – tão
bem adotado por Santa Teresinha de Lisieux! – de uma vida frágil, mas apoiada
em Deus, ainda incompleta, mas abandonada ao Pai celeste, sem recursos
materiais, mas conduzida pelo Espírito Santo.
Natural, um Deus que é Pai não
deixaria de cuidar atentamente pelos pequeninos que nele confiam.
Orai sem cessar: “Meu refúgio, meu Deus em quem
confio!” (Sl 91,2)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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