E fazendo perguntas... (Lc 2,41-52)
Após
três dias de angustiada procura, Maria e José encontram o adolescente Jesus
entre os doutores. E ele faz perguntas...
Apenas
um sinal de que Jesus passará toda a sua vida a fazer perguntas, a colocar
questionamentos – muitas vezes incômodos para nós. Na verdade, ele mesmo é a
pergunta fundamental que interpela a cada um de nós.
Nas
palavras de François Trévedy, OSB, “Jesus se põe no meio de nós como a Pergunta
irredutível e inevitável”. E a resposta que lhe damos define de modo
substantivo o sentido de nossa vida. Durante toda a sua vida pública, ele
estará distribuindo perguntas em todas as direções: “Que procurais?” “Que
queres que te faça?” “Quantos pães tendes?” “Por que tanto medo?” “Por que
choras?” “Tu me amas?”
Também
nós, em nossa inquietação, temos perguntas para Jesus: “Onde moras?” “És tu
aquele que há de vir?” “É para nós esta parábola?” “São poucos os que se
salvam?” “Que devo fazer para herdar a vida eterna?”
O
autor beneditino nos aconselha a insistir em nossas perguntas: “Não tenhamos
medo de nossas perguntas. Não ignoremos a Pergunta em pessoa que nos é proposta
no presépio e na cruz, nas Escrituras e na história, em nossa vida cotidiana. A
pergunta não é colocada como um simples volteio de frase; ela é proposta como
um alicerce ainda mais fundamental que tudo o que julgávamos bem estabelecido
neste mundo; ela é o abismo sobre o qual tudo está posto. Ela um caminho de
existência, é a própria condição que Deus assumiu no meio de nós, em nós,
porque ela é também a nossa condição. Humanamente, só vivemos em estado de
pergunta...”
Responder
a Jesus Cristo significa escolher um caminho, adotar um itinerário de vida.
Alguns escolhem estacionar, criar raízes, edificar torres, estabelecer
impérios. Outros – bem-aventurados! – preferem caminhar, seguir em frente,
olhos no horizonte, galgar a montanha para encontrar o Menino.
Podem
encontrá-lo na manjedoura, como os pastores. Encontrá-lo no Templo, como Maria
e José. Encontrá-lo na escuridão da noite, como Nicodemos. Encontrá-lo na cruz,
como o bom ladrão. Não importa onde o encontramos. Importa dar à nossa vida um
sentido de resposta. E quando alguém duvidar de Cristo, poderemos dizer: minha
vida é resposta ao Salvador.
Orai sem cessar: “Ele
me invocará e lhe darei resposta...” (Sl 91,15)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
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