sexta-feira, 8 de julho de 2011

PALAVRA DE VIDA
Ovelhas entre lobos... (Mt 10, 16-23)

Neste Evangelho, Jesus instrui os apóstolos a respeito de sua missão como anunciadores do Reino e mensageiros da paz. Mas em nenhum momento o Mestre lhes promete vida fácil. A imagem que usa é muito expressiva: os enviados do Senhor farão a experiência de ser ovelhas entre lobos.

Vale a pena acentuar o contraste: a ovelha é um animal pacífico, manso, indefeso. O lobo, ao contrário, é o símbolo da ferocidade e da traição. Assim como o frágil herbívoro entre feras carnívoras, como presa entre predadores – assim serão os apóstolos que Jesus Cristo envia ao mundo.

Nada de estranhar, pois, que ao longo dos séculos a Igreja seja sempre o alvo preferencial dos inimigos de Deus. Césares romanos, invasores bárbaros, tiranos de direita (como Hitler) ou de esquerda (como Stalin), todos eles concentrarão seu ódio contra o mensageiro de Cristo, o pacífico Cordeiro de Deus.

Basta lembrar os mártires do Séc. XX – o mais fecundo em martírios! – como a indefesa Edith Stein (S. Teresa Benedita da Cruz, carmelita), morta nas câmaras de gás do nazismo, ou o Pe. Alexandr Mien, sacerdote russo (autor do notável “Jesus, Mestre de Nazaré”), morto a golpes de picareta por alguém descontente com seu trabalho de renovação da fé após a queda do comunismo na União Soviética.

Ainda que o apóstolo não deva expor-se a riscos desnecessários (deve ser prudente e simples, diz Jesus), acabará por enfrentar os sinédrios e as sinagogas, isto é, os tribunais dos adversários. Belo exemplo de apóstolo foi o famoso Pe. Pró, jesuíta que exerceu seu ministério sacerdotal sob a perseguição do governo mexicano, de inspiração maçônica e anticristã, na primeira metade do Séc. XX. Após escapar da polícia secreta durante anos, acabou preso e fuzilado.

Outro mártir moderno foi D. Oscar Romero, Arcebispo de El Salvador, morto a tiros em março de 1980, enquanto celebrava a Santa Missa, misturando seu sangue ao Sangue de Cristo. E ainda temos os “confessores da fé”, como o Arcebispo Van Thuan, de Saigon, que passou 13 anos nos cárceres comunistas do Vietname.

Depois de tudo isto, nós não temos motivos para reclamar de nossos pequenos “martírios”, como as críticas e zombarias que sofremos até mesmo dentro de nossas famílias ou em nosso ambiente de trabalho.

Aliás, Jesus nunca disse que seria fácil...

Orai sem cessar: “O Senhor é minha força e meu escudo!” (Sl 28 [27], 7)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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