E todos vós sois irmãos... (Mt 23,1-12)

- direitos da pessoa humana espezinhados, em especial o direito à vida;
- insídias e pressões contra a liberdade dos indivíduos e das coletividades;
- discriminação racial, cultural, religiosa, etc.;
- violência e terrorismo; tortura e repressão ilegítima;
- acumulação de armas convencionais e atômicas;
- distribuição iníqua dos recursos e bens da civilização;
- progressivo distanciamento entre ricos e pobres;
- um mundo dividido em pedaços.
No entanto, ao mesmo tempo, experimenta-se nas mais diversas sociedades uma profunda “nostalgia de reconciliação”. “O mesmo olhar indagador – afirmava o Papa – se é suficientemente perspicaz, captará no seio da divisão um desejo inconfundível, da parte dos homens de boa vontade e dos verdadeiros cristãos, de recompor as fraturas, de cicatrizar as lacerações e de instaurar, em todos os níveis, uma unidade essencial. Este desejo comporta, em muitos casos, uma verdadeira nostalgia de reconciliação, mesmo quando não é usada tal palavra.” (RP, 3.)
Desde a segunda metade do Séc. XX, após o desastre e a agonia de duas guerras mundiais, inúmeras vozes se ergueram para clamar pela reconciliação. Belíssimos gestos humanos foram dados nesse sentido, ao estender as mãos sobre muralhas seculares de ódio e antagonismo. Na passagem do milênio, o próprio João Paulo II encabeçou um sentido processo de purificação da memória, ao pedir perdão, em nome de toda a Igreja, por faltas cometidas no passado.
Encontros de lideranças internacionais, visitas do Papa à sinagoga e ao Patriarca ortodoxo, suspensão mútua de excomunhões – tudo sinaliza o mesmo anseio de unidade e paz. A paz se constrói de gestos pequenos, diários. Seu ingrediente essencial é o perdão, que permite reatar a amizade rompida e recomeçar um caminho de fraternidade.
Por onde começaríamos nós?
Orai sem cessar: “A paz esteja convosco!” (Jo 20, 19)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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