É mais
fácil predizer as alterações climáticas que discernir os “sinais dos tempos”.
Se sopra o Austro, fará calor. Se há nuvens negras, logo choverá. Mas e os
outros sinais?
Os contemporâneos de Jesus conheciam
muito bem as profecias antigas, que anunciavam o Messias e os sinais que iriam
acompanhá-lo. Na sinagoga de Nazaré, Jesus fez uma lista deles (cf. Lc 4,18-19.)
Quando os discípulos de João foram enviados a Jesus, voltaram com um recado que
citava os mesmos sinais (cf. Mt 11,4): “Cegos veem, coxos andam, leprosos são
limpos, surdos ouvem, mortos ressuscitam e pobres são evangelizados.”
Jesus ainda lhes daria outro
“sinal”: o sinal do Profeta Jonas, aludindo à sua própria ressurreição. Após
três dias no oceano, lugar dos mortos, devorado por um grande peixe, Jonas é
devolvido à vida. Também Jesus ressuscitaria ao terceiro dia, mas os sinais não
foram reconhecidos... Todos esses milagres bastariam para provar a divindade de
Jesus, que serena a tempestade, muda água em vinho, reanima Lázaro, mas não
bastaram para os poderosos de Israel. Corações fechados, conspiraram contra
Jesus e o levaram à morte.
Hoje, a situação permanece a mesma.
Muitos se fecham ao anúncio da Boa Nova e à mensagem do amor de Deus. Em maio de
2005, estive na Universidade de Viçosa, MG, para uma palestra sobre Fé e Razão.
Entre os presentes, havia um grupo de estudantes que se dedicam a aprofundar-se
no ateísmo. Pretendem, mesmo, que se possa viver um “ateísmo científico”.
O Vaticano II ensina: “Sem dúvida,
não estão imunes de culpa todos aqueles que procuram voluntariamente expulsar
Deus do seu coração e evitar os problemas religiosos, não seguindo o ditame da
própria consciência; mas os próprios crentes, muitas vezes, têm
responsabilidade neste ponto. Com efeito, o ateísmo, considerado no seu
conjunto, não é um fenômeno ordinário, antes resulta de várias causas, entre as
quais se conta também a reação crítica contra as religiões e, nalguns países,
principalmente contra a religião cristã.” (Gaudium et Spes, 19.)
Se os cristãos fossem mais humildes
e prestativos, mais caridosos e mais simples, certamente iriam favorecer o
reconhecimento de Jesus como nosso Salvador. Somos todos responsáveis. Se
ignoramos os sinais de Deus, acabaremos em dificuldades, pois seremos cobrados até
o último centavo...
Orai sem
cessar: “O meu socorro virá do Senhor!”
(Sl 121,2)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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