sábado, 15 de junho de 2013

PALAVRA DE VIDA

 Sim, sim, não, não... (Mt 5,33-37)
            Vivemos em tempo de mentira. Os réus comparecem diante de CPIs e comissões de investigação previamente protegidos com autorizações judiciais para não dar respostas às perguntas que viessem a incriminá-los. Policiais falsificam provas para incriminar inocentes. Juízes venais decidem os processos em favor daqueles que os compraram com dinheiro e vantagens materiais. Fabricantes envolvem seus produtos com rótulos mentirosos, pondo em risco a saúde dos consumidores.
            No âmbito familiar, as coisas não são muito melhores. O juramento de fidelidade – na saúde e na doença... – proferido na celebração do matrimônio pode não durar uma breve estação. Logo surgem motivos suficientes para romper o compromisso. As juras de amor revelam-se apenas propaganda enganosa. Rasga-se o compromisso, rasgam-se os corações dos filhos...
            Ora, é o demônio o “pai da mentira”, afirma a Escritura (Jo 8,44). Mentiroso desde o início, ele mascara a verdade, semeia a desconfiança em relação a Deus, infiltra a discórdia no coração dos homens. Quem adere à mentira se faz seu escravo. Um pouco mais, e torna-se o seu instrumento de ação...
            O primeiro sinal de corrupção moral se manifesta pela mentira. Ainda que os juramentos fossem vistos como algo sagrado e o falso testemunho punido com a mesma pena que caberia ao réu inocente (cf. Dt 19,15ss), o Antigo Testamento registra casos escandalosos, como as falsas acusações contra Susana (Dn 13). Até o Rei Davi tenta esconder seu pecado por meio de mentiras.
            No Novo Testamento, a fraude e a mentira de Ananias e Safira acabam punidas com a morte (At 5). O ensinamento moral dos apóstolos insiste no dever de buscar a verdade como distintivo do cristão.
            Mas a maior de todas as mentiras, ensina São João, consiste em negar a divindade de Jesus Cristo: “Quem é mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o Anticristo, que nega o Pai e o Filho.” (1Jo 2,22) Nas escolas da União Soviética, as crianças sofriam pesado bombardeio dos mestres para que renegassem a fé cristã. Ao microscópio, mostravam aos pequeninos porções de água benta com bactérias comuns a qualquer tipo de água, para afastá-las da Igreja.
            Mesmo assim, levados diante dos juízes, ameaçados e torturados, os apóstolos e seus sucessores preferiram perder a vida a negar a verdade sobre Cristo. Ao longo dos séculos, uma admirável legião de mártires atesta – com seu sangue – que Jesus Cristo é o Senhor.
            Nossa vida dá testemunho da verdade?
Orai sem cessar: “Senhor, tua lei é a verdade!” (Sl 119,142)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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