Sim,
sim, não, não...
(Mt 5,33-37)
No âmbito familiar, as coisas não
são muito melhores. O juramento de fidelidade – na saúde e na doença... –
proferido na celebração do matrimônio pode não durar uma breve estação. Logo
surgem motivos suficientes para romper o compromisso. As juras de amor
revelam-se apenas propaganda enganosa. Rasga-se o compromisso, rasgam-se os
corações dos filhos...
Ora, é o demônio o “pai da mentira”,
afirma a Escritura (Jo 8,44). Mentiroso desde o início, ele mascara a verdade,
semeia a desconfiança em relação a Deus, infiltra a discórdia no coração dos
homens. Quem adere à mentira se faz seu escravo. Um pouco mais, e torna-se o
seu instrumento de ação...
O primeiro sinal de corrupção moral
se manifesta pela mentira. Ainda que os juramentos fossem vistos como algo
sagrado e o falso testemunho punido com a mesma pena que caberia ao réu
inocente (cf. Dt 19,15ss), o Antigo Testamento registra casos escandalosos,
como as falsas acusações contra Susana (Dn 13). Até o Rei Davi tenta esconder
seu pecado por meio de mentiras.
No Novo Testamento, a fraude e a
mentira de Ananias e Safira acabam punidas com a morte (At 5). O ensinamento
moral dos apóstolos insiste no dever de buscar a verdade como distintivo do
cristão.
Mas a maior de todas as mentiras,
ensina São João, consiste em negar a divindade de Jesus Cristo: “Quem é
mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o Anticristo, que
nega o Pai e o Filho.” (1Jo 2,22) Nas escolas da União Soviética, as crianças
sofriam pesado bombardeio dos mestres para que renegassem a fé cristã. Ao
microscópio, mostravam aos pequeninos porções de água benta com bactérias
comuns a qualquer tipo de água, para afastá-las da Igreja.
Mesmo assim, levados diante dos
juízes, ameaçados e torturados, os apóstolos e seus sucessores preferiram
perder a vida a negar a verdade sobre Cristo. Ao longo dos séculos, uma
admirável legião de mártires atesta – com seu sangue – que Jesus Cristo é o
Senhor.
Nossa vida dá testemunho da verdade?
Orai sem cessar: “Senhor, tua lei é a verdade!” (Sl 119,142)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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