Não quebrará o caniço rachado... (Mt
12,14-21)

Neste
ruidoso início de milênio, muitos profetas do desespero estão antecipando o
Apocalipse e preveem o iminente fim do planeta. Eles escolheram como foco o
aquecimento global, a crescente poluição ambiental, a degradação das terras, as
multidões famintas, as economias decadentes, a degeneração moral das grandes
metrópoles. E já que tudo anda mal, que venha logo o fim!
Ora,
Jesus Cristo não pensa assim... Ele sabe fazer novas todas as coisas. Sabe
reanimar a chama vacilante. Sabe renovar o caule ferido. Sua Boa Nova é uma
mensagem de esperança. Ele acredita no poder transformador de sua Palavra. Por
isso mesmo, ainda em nosso tempo, Cristo continua a enviar seus profetas – sem
gritos nas praças nem alarde na mídia – para apontar aos homens um caminho de
salvação.
Nós
precisamos prestar atenção aos profetas de nosso tempo. Como exemplo, aquele
professor de Petrópolis que adotou – de papel passado - mais de cem deficientes
físicos e mentais, formando família com eles. Seu exemplo atrai colaboradores e
já chegou a gerar comunidades semelhantes em outros países.
Ou
aqueles padres italianos que reuniram a seu redor algumas centenas de jovens,
formando a Comunidade Aliança de Misericórdia. Em um mundo cada vez mais
indiferente à dor alheia, esses jovens missionários convivem com a população de
rua, evangelizando-a. Alimentam mendigos, cuidam de drogados, acolhem idosos e
órfãos, ao mesmo tempo que jejuam duas vezes por semana e fazem adoração
perpétua ao Santíssimo Sacramento.
É
importante realçar que estas “profecias” são realizadas sem propaganda e sem
extorquir os pobres a título de dízimo. Trata-se de amor gratuito, inspirado no
Amor maior, aquele que Deus manifestou por nós na cruz do Calvário.
Pelo
Brasil a fora, são numerosos os profetas da esperança. Diversamente daqueles
que preferem trancar-se em condomínios fechados, eles saem de seu pequeno mundo
e mergulham sem medo no barro da humanidade. É com essa argila que irão modelar
o homem novo, devolvendo-lhe a imagem divina.
Orai sem cessar: “Com amor eterno eu te amei!” (Jr 31,3)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário