Os anjos virão separar... (Mt 13,47-53)

Nesta
situação, é fácil cair no desespero, como se as coisas não tivessem remédio. É
comum também assumir uma atitude de cinismo, a ponto de professar orgulho dos próprios
erros, gabar-se dos próprios crimes, da própria corrupção. É bem verdade que a
justiça humana não tem sido muito animadora, deixando no ar um clima de
impunidade que gera devastadoras consequências no campo da educação e da vida
social.
Naturalmente,
o filme ainda não acabou. O desfecho pode demorar, mas virá. E se, enquanto a
história se desenrola, as redes voltam do fundo do mar trazendo, lado a lado,
atuns e cocorocas, os pescadores sabem distinguir entre o peixe bom e o peixe
ruim. E chegará o tempo da separação.
Esta imagem
da rede foi escolhida por Jesus ao falar do julgamento no fim dos tempos. Nós o
chamamos de Juízo Final, quando a glorificação de Cristo chegará a seu clímax e
haverá um acerto de contas para toda a humanidade.
Eis o que ensina
o “Catecismo da Igreja Católica”
[678]: “Na linha dos profetas e de João Batista, Jesus anunciou em sua pregação
o Juízo do Último Dia. Então será revelada a conduta de cada um e o segredo dos
corações. Será também condenada a incredulidade culpada que fez pouco caso da
graça oferecida por Deus. A atitude em relação ao próximo revelará o
acolhimento ou a recusa da graça e do amor divino”.
Sabemos que
Jesus não veio para condenar, mas para salvar. Quem se condena é o próprio
homem que prefere o erro e escolhe intencionalmente o caminho do ódio e da
rapina, da violência e do abuso do próximo. E isto não ficará impune!
No fim do
mundo, diz Jesus no Evangelho de hoje, “os anjos virão para separar os maus dos
justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo”. A imagem do fogo – hoje objeto
de zombarias – deveria ser levada mais a sério por todos nós. O fogo aquece e
cauteriza, mas também queima e destrói. E a Segunda Vinda do Senhor certamente
destruirá o mal pela raiz no novo Reino por ele anunciado.
Quando o
homem se arrepende e faz penitência, quando confessa seus pecados e assume um
caminho de conversão, recebendo ainda na história o perdão e a graça, ele
antecipa o próprio julgamento e escapa do fogo eterno.
Que tipo de
peixe sou eu?
Orai sem cessar: “Escolhi o caminho da verdade!” (Sl
119,30)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova
Aliança
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