Na Encíclica “Deus é amor”, Bento
XVI diz: “A verdadeira novidade do Novo Testamento não reside em novas ideias,
mas na própria figura de Cristo, que dá carne e sangue aos conceitos – um
incrível realismo. [...] Na sua morte de cruz, cumpre-se aquele virar-se de
Deus contra si próprio, com o qual Ele se entrega para levantar o homem e salvá-lo
– o amor na sua forma mais radical. O olhar fixo no lado transpassado de
Cristo, de que fala João (cf. 19, 37), compreende o que serviu de ponto de
partida a esta Carta Encíclica: “Deus é amor” (1Jo 4, 8). É lá que esta verdade
pode ser contemplada. E começando de lá, pretende-se agora definir em que
consiste o amor. A partir daquele olhar, o cristão encontra o caminho do seu
viver e amar.” (DCE, 12.)
Jesus vive o que ensinou. Humilde,
entrega-se à morte ignominiosa, entre dois malfeitores, remindo com seu sangue
a humanidade decaída. João resume o sentido de sua entrega: “Tanto Deus amou o
mundo, que lhe entregou seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer não
pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,16.) Os mártires testemunham que esse
amor é possível. Tendo provado o amor eterno – experiência totalizante que a
tudo relativiza – entregam sua vida alegremente, entre hinos de louvor, pedindo
a Deus clemência para os carrascos.
Há pequenos martírios em nossas
vidas. A mãe sofre os incômodos da gravidez e as dores do parto para gerar vida
nova. O pai tem as mãos calejadas para sustentar a família. O médico se expõe
ao contágio para cuidar dos enfermos. A mestra se sacrifica pelos alunos, mesmo
tendo um baixo salário. E tanta gente simples que valoriza amigos e vizinhos, e
acolhe o migrante que passa... São todos eles um Evangelho vivo. Dão a vida e
sabem servir...
Orai sem
cessar: “Se
morrermos com Cristo, com ele viveremos.” (2Tm 2,11)
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